Roque Alberto Zin

Roque Alberto Zin

Opinião e Análise

Natural de Flores da Cunha, Roque Zin possui uma empresa de consultoria financeira em Caxias do Sul - a Majorem Engenharia Financeira. No meio acadêmico, Zin se destaca como bacharel em administração e é doutorando em finanças e professor da Universidade de Caxias do Sul desde 2001.

Na década de 80, Roque Zin foi tesoureiro da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) e mais recentemente, – em 2004 – exerceu a mesma função no Hospital Nossa Sra. de Fátima.

Zin escreve colunas para O Florense desde fevereiro de 2002.

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Quem ganhou

O dólar e o ouro foram os investimentos mais rentáveis em 2008. O investimento em ouro foi o mais rentável em dezembro, assim como aconteceu em novembro.

Quem ganhou O dólar e o ouro foram os investimentos mais rentáveis em 2008. O investimento em ouro foi o mais rentável em dezembro, assim como aconteceu em novembro. A commodity encerrou o mês com valorização de 10,64%. No ano, o ouro teve alta de 32,13%. Já o Certificado de Depósito Bancário (CDB) teve valorização de 1,05% no mês e 12,28% no acumulado do ano. E o Certificado de Depósito Interbancário (CDI) subiu 1% em dezembro e 12,32% em 2008. O dólar comercial foi o investimento com menor ganho no mês. A moeda americana apresentou valorização de 0,65%, mas no ano, de 31,40%. O dólar Ptax (média das cotações apurada pelo Banco Central) teve ganho de 0,17% no mês. No ano, a alta foi de 31,94%. Quem perdeu Já a Bovespa foi a pior aplicação no ano. O Ibovespa foi a segunda melhor opção neste mês. O índice da bolsa paulista subiu 2,60% em dezembro. Mas em 2008, foi a pior escolha. O índice caiu 41,22% no ano. A queda anual foi uma das piores desde 1972. A crise financeira que assusta o mundo explica essas perdas e a migração de recursos para investimentos mais seguros. A Caixa Econômica Federal divulgou um aumento de 22,2% no saldo da caderneta de poupança em 2008, alcançando a marca de R$ 92,2 bilhões, comparado ao ano anterior, quando registrou um valor de R$ 75,4 bilhões. Considerando a captação líquida, diferença entre os depósitos e as retiradas, os recursos da Caixa somaram no último ano R$ 10,8 bilhões, R$ 100 milhões a mais que em 2007. O capital é um animal arisco, ao primeiro sinal de perigo busca um lugar seguro. Confiança Os fatos de 2008 terão desdobramentos em 2009. E o principal termômetro será a confiança da população nos governantes e nas instituições financeiras. De um lado teremos os gestores políticos tentando colocar ordem no caos financeiro que os mercados desregulados criaram, com o uso e o abuso da liberdade sem guia e nem vigia. E de outro lado, a sociedade observando se as autoridades conseguem colocar juízo nesse mercado. Por enquanto os governos estão colocando enormes somas de dinheiro para evitar que a economia mundial entre em colapso e gere dúvidas políticas sobre a pregação messiânica da liberdade dos mercados, que popularmente pode ser traduzida como “quanto menos regulamentado, melhor”. Não é isso que os escândalos corporativos têm mostrado ao mundo. A resposta a isso poderia ser “quando falta juízo, o mercado cobra o seu preço”. Em busca de esperanças A história nos mostra que em épocas de depressão, surge o desalento e o melhor remédio para isso é um fato que gere esperanças. Tudo indica que esse fato tem data e nome para ocorrer: 20 de janeiro, posse de Barack Hussein Obama. Ele representa tudo isso, e não somente para os americanos, mas para boa parte do mundo, se a economia americana já não representa a hegemonia, ainda continua sendo o principal agente econômico mundial. Assim, janeiro deverá injetar um pouco de confiança, porque a expectativa é de que fevereiro e março tragam notícias ruins, pois as empresas irão divulgar seus balanços do último trimestre de 2008 e esse período foi o mais atingido pela crise de confiança.