Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Vinagre de álcool sem aparência de vinho

Depois de muito tempo que o setor vem solicitando, o governo federal resolveu intervir no mercado do vinagre brasileiro e proibiu a adição indiscriminada de caramelo para que o produto não passe mais a impressão de ter como matéria-prima o vinho tinto.

Depois de muito tempo que o setor vem solicitando, o governo federal resolveu intervir no mercado do vinagre brasileiro e proibiu a adição indiscriminada de caramelo para que o produto não passe mais a impressão de ter como matéria-prima o vinho tinto. Com isso, o vinagre de álcool escuro, que responde hoje por 55% de um mercado de R$ 240 milhões anuais, desaparecerá de forma definitiva das gôndolas dos supermercados a partir do mês que vem. De acordo com uma instrução normativa do Ministério da Agricultura, que entra em vigor a partir da próxima semana, os fabricantes não poderão mais colocar esse tipo de produto no mercado.
Apesar de pouco conhecido do público consumidor, hoje cerca de 90% de todo o vinagre produzido no Brasil – 200 milhões de litros por ano – é feito a partir do álcool da cana de açúcar. Apenas uma quantidade pequena é oriunda do vinho, ao contrário do que o seu nome faz acreditar. Para conseguir fazer com que o produto tenha uma aparência semelhante a do vinho, os fabricantes brasileiros adicionam quantidades variáveis de caramelo no vinagre produzido a partir da cana.
O que muda agora, por decisão do governo, é a quantidade máxima permitida de caramelo a ser adicionada. Os padrões técnicos impostos pela Instrução Normativa número 6 do Ministério da Agricultura farão com que não seja mais possível atingir a coloração escura. A quantidade de caramelo que poderá ser adicionada só vai permitir que o vinagre de cor amarelada permaneça no mercado.
A decisão do governo em publicar a instrução normativa tem a intenção de esclarecer melhor o consumidor. Além da limitação no volume de caramelo, os fabricantes também terão que seguir normas padronizadas de apresentação de embalagens dos produtos. Os fabricantes poderão comercializar somente os estoques dos que foram fabricados até o dia 5 de outubro.
Código Florestal: esperamos que Dilma não vete alterações
Esperamos que a presidente Dilma não vete as alterações aprovadas pelo Congresso Nacional no texto do novo Código Florestal. Após anos de debates, negociações e construção, finalmente a votação do Código foi finalizada. Agora, está nas mãos da presidente da República a possibilidade de aceitar o que foi deliberado ou vetar em parte o texto e reabrir a discussão, com o Congresso e com a sociedade, pois os deputados terão que votar a acolhida ou não do veto.
Embora se tenha conquistado avanços significativos, a nova lei ficou muito longe de resolver todos os problemas dos agricultores familiares, que terão de fazer um conjunto de adaptações em suas propriedades para efetivamente estarem legalizados. Muitas beiras de rios e de nascentes terão de ser recuperadas bem como todas as propriedades terão de ser cadastradas junto ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) e, no caso dos agricultores familiares, de forma gratuita. Essas questões ainda precisam ser construídas e definidas e uma das principais é a definição de uma política de pagamento aos agricultores que preservam florestas em suas propriedades. São concedidos incentivos fiscais e isenções para inúmeros setores da nossa economia, entretanto, encontramos extrema dificuldade para debater este tema. Temos a convicção de que a aprovação do novo código é apenas o início de uma árdua e custosa jornada de trabalho.