Venda fracionada de combustíveis fica para 2015
Os agricultores venceram a queda de prazo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que prorrogou nesta semana, por 180 dias, o prazo para entrada em vigor das novas regras na venda fracionada de combustíveis.
Venda fracionada de combustíveis fica para 2015Os agricultores venceram a queda de prazo com a Agência Nacional do Petróleo (ANP), que prorrogou nesta semana, por 180 dias, o prazo para entrada em vigor das novas regras na venda fracionada de combustíveis. Valeu nossa mobilização, pelo menos por enquanto podemos respirar aliviados. Após inúmeros encontros e uma audiência pública com a presença maciça de agricultores, a ANP e a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) anunciaram que a Norma Técnica 7500 da ABNT, que trata do assunto, seria alterada. Um grupo atua na normativa, porém, ainda sem definições, o que deverá sair somente em 2015. Não entendemos tais exigências que determinavam uso exclusivo de galões certificados pelo Inmetro para a compra de combustíveis nos postos de gasolina. Os produtores precisam adquirir diesel e gasolina em galões para abastecer roçadeiras, motosserras, equipamentos de irrigação e principalmente máquinas agrícolas, como tratores e colheitadeiras que estão nas propriedades. Essa norma onera os agricultores, aumentando os custos com a obrigatoriedade de aquisição dos vasilhames com tampas lacradas.
Essa compra fracionada de combustíveis já é feita em embalagens metálicas, as mesmas que os agricultores adquirem óleo lubrificante para as máquinas, portanto, já certificadas pelo Inmetro. Não somos contra normas de segurança, mas não podemos aceitar regras que aumentam os custos de produção e prejudicam nosso trabalho.
Plano Real
O Plano Real completou 20 anos no dia 1º de Julho. Nesse período a realidade econômica do país mudou para melhor, especialmente quanto à inflação galopante e os juros exorbitantes. Fizemos um acompanhamento da evolução dos preços como também trabalhamos esse tema no cotidiano da nossa relação com a agricultura familiar. Muito do sucesso do Plano Real deve-se à agricultura, que serviu de base de sustentação sofrendo com o achatamento dos preços dos produtos, que não acompanharam o aumento dos custos de produção. Conforme os dados, a inflação medida pelo IPCA do IBGE nessas duas décadas foi de 354%, enquanto que os preços dos produtos agrícolas ficaram abaixo desse índice, como arroz, feijão, milho, sorgo, trigo, leite, uva e a carne suína. O arroz, por exemplo, que deveria estar em R$ 46,93 medidos pela inflação, fica em R$ 35, ou seja, 116% abaixo do que foi a inflação no período. Da mesma forma, 52% o feijão, 108% o milho, 30% o litro do leite e 50% a uva.
E os insumos que o agricultor compra? O adubo, por exemplo, ultrapassou 69%; o trator e a colheitadeira também aumentaram na faixa dos 70%. E, se formos fazer uma relação com a cesta básica, veremos que ficou em 79% acima do percentual inflacionário. Diante isso, o que podemos dizer é que as coisas que o agricultor precisa comprar aumentaram mais do que aquilo que ele tem para comercializar. Enquanto os insumos e o maquinário, em especial o adubo, o trator e a colheitadeira – aumentaram em média 70% acima da inflação. O que chama atenção mais ainda é o preço do óleo diesel, que é estabelecido pelo governo federal: aumentou 137% acima da inflação. Mais uma vez fica claro para todos que é o setor agropecuário que sustenta o Plano Real e alimenta o Brasil.