Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

Contatos

Várias razões

Um livro recente denominado 'outliers' mostra o universo das pessoas extremamente bem sucedidas, denominadas, 'fora de série'.

Um livro recente denominado 'outliers' mostra o universo das pessoas extremamente bem sucedidas, denominadas, 'fora de série'. Geralmente acreditamos que trajetórias excepcionais como a dos gênios que revolucionam o mundo dos negócios, das artes, das ciências e dos esportes, devem-se unicamente ao talento. Mas o autor mostra que o sucesso esconde uma lógica muito mais fascinante e complexa do que aparenta. Além do talento e da habilidade em aproveitar as oportunidades essas pessoas tiveram que trabalhar duro, aprender e interagir com várias situações, muitas vezes de forma inovadora. Em resumo ninguém 'se faz sozinho'. O autor também estudou vários acidentes da aviação e conclui que a queda de uma aeronave geralmente é causada por uma série de pequenos erros. Os acidentes causados por uma única, enorme e exclusiva causa, são exceções. O fator comum na maioria dos acidentes é o grande número de pequenos descuidos. O mesmo acontece com as organizações. O sucesso e o fracasso são decorrentes de várias decisões, muitas vezes, difíceis de serem identificadas porque não são divulgadas ao público, ou estão ocultas no meio de tantas outras. Por isso, as demonstrações financeiras são utilizadas para análise de desempenho sendo reflexo dessas decisões. Recursos disponíveis Muitas vezes nesse espaço critiquei a antiga administração do hospital pelas decisões tomadas e que se refletiram nos grandes prejuízos dos anos de 2007 e 2008 (as demonstrações de 2009 ainda não foram divulgadas). Minhas análises sempre foram baseadas nas informações disponibilizadas, mas podemos deduzir que chega ao público apenas uma parcela de tudo o que ocorre internamente. È óbvio. Na semana que passou obtive uma informação que demonstra que o péssimo desempenho financeiro do hospital não é obra de mero acaso. Na Secretaria Estadual da Saúde, comandada pelo Dr. Osmar Terra, existem R$ 50 mil reais disponíveis para o hospital desde janeiro de 2009. Esses recursos foram solicitados pelo deputado Alberto de Oliveira e estão disponíveis. Porque esses recursos não foram liberados? Segundo a Secretaria, porque até esse momento a documentação não foi enviada. Um ano para juntar documentos dá uma boa ideia de como a instituição estava sendo administrada. Conta de todos Me reservo o direito de não revelar minha fonte. Mas posso garantir que não falei com o deputado Oliveira sobre isso. Principalmente para não correr o risco de ter que negar seu pedido de não revelar essa informação. Também não é com prazer que faço essa revelação. É com tristeza. Tanta gente trabalhou tanto para fortalecer a instituição, e agora tem o desgosto de verificar em três anos grande parte disso se esvair no ar feito fumaça: a credibilidade perdida e os recursos consumidos. Se alguém se sentir satisfeito com isso deve ser internado como louco. Essa é uma conta que todos nós pagamos. Antes de tornar pública essa situação, relatei a um componente da nova administração. Ele se interessou e parece que estariam encaminhando uma solução para essa semana. Motivos Algumas pessoas que conhecem esse fato tentam encontrar os motivos pelo desprezo a esses recursos. Questão política? Não acredito, afinal o hospital nunca se envolveu nisso, nem deve. O pequeno valor? É possível, para quem gerou 600 mil reais de déficit em 2008, isso equivale ao prejuízo de apenas um mês. Sendo esta a base de comparação, realmente os recursos são poucos. Má vontade? Excesso de trabalho? Acho que ninguém saberá. Prefiro colocar isso na conta da incompetência mesmo. Sejam quais forem os motivos, o descaso com o recurso de hoje será considerado na liberação de novas solicitações amanhã. Isso é uma questão de avaliar as decisões com competência. Lamentável, pois a comunidade é que está pagando por isso.