Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Valorização do dólar e o agronegócio

De acordo com analistas de mercado, a maior cotação da moeda americana...

De acordo com analistas de mercado, a maior cotação da moeda americana pode trazer benefícios para o agronegócio. A fuga para o dólar nos últimos dias fez do real a moeda mais desvalorizada em relação à moeda norte-americana. Só no mês de setembro a desvalorização foi de 13% e só não foi maior porque o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. Esta situação, a princípio, beneficia quem exporta, mas requer atenção.
O exportador, ao mesmo tempo em que se beneficia do câmbio desvalorizado, tem alguma dificuldade no momento de se proteger desta variação do câmbio e da volatilidade muito alta. Mesmo com o cenário de incerteza na economia global, para o agronegócio essa valorização do dólar tem sido positiva.
Para o produtor, para o mercado de commodities e para o setor agrícola, principalmente, foi excelente porque ele tinha um mercado cativo lá fora tomados, com preços estáveis. Só que ele vendia os dólares que apurava das exportações, num preço cada vez mais baixo. Com as mexidas que tivemos nesta última semana houve uma recuperação. As vantagens do dólar mais valorizado são de curto prazo e ainda em um cenário de volatilidade. No médio e longo prazo, as consequências para o setor do agronegócio dependem mais da situação da economia da China.
Quando o dólar sobe, a receita do agronegócio aumenta. Só que neste caso está havendo volatilidade, oscilação, por isso é preciso tentar vender em um momento que o dólar está alto e tentar comprar os insumos valorizados no momento que o preço é baixo. Isso é ruim porque gera incerteza. O resultado do agronegócio acaba dependendo mais do mercado financeiro – a médio prazo vai ter mais inflação, e mais inflação implica numa perda real de uma série de fatores.
Apoio ao cooperativismo
O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Mendes Ribeiro Filho, anunciou a criação de uma secretaria específica para tratar o cooperativismo. A declaração ocorreu durante a abertura do 3º Seminário da Frente Parlamentar do Cooperativismo, no dia 28 de setembro, em Brasília.
Segundo o ministro, os exemplos de cooperativismo em Estados como o Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Paraná comprovam que a atividade associada tem papel fundamental na cadeia produtiva brasileira. Para Mendes Ribeiro, o desenvolvimento da agricultura do Brasil passa pelo fortalecimento do cooperativismo e, por isso, é fundamental a criação de uma secretaria exclusiva para apoiar as empresas e agricultores desse setor.
O cooperativismo é muito importante na vida de todos os brasileiros, dos mais humildes aos mais poderosos, porque promove a cadeia do desenvolvimento e possibilita que as pessoas possam trabalhar e comercializar. O cooperativismo é o grande elo de crescimento do Brasil. Temos que acreditar cada vez mais que a solução de muitos problemas dos agricultores passa pelo cooperativismo. Sozinhos, somos vulneráveis, porém, unidos seremos fortes.
E o associativismo é uma das formas de fortalecer a agricultura. Que bom que nosso ministro da Agricultura, que é gaúcho e que recentemente assumiu, tenha essa visão. Esperamos seu apoio para fortalecer cada vez mais a organização da produção primária do país por meio do cooperativismo e associativismo.