Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Seguro rural

A área protegida com seguro rural no Brasil deve aumentar ainda mais

A área protegida com seguro rural no Brasil deve aumentar ainda mais. A afirmação foi de representantes de seguradoras e lideranças do agronegócio, que se reuniram no dia 18, no Fórum da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), em São Paulo.
Problemas climáticos ocorridos neste ano pelo Brasil colocaram o setor agropecuário em alerta. Não apenas para a consciência ambiental, mas também para a necessidade de cobrir os prejuízos causados pelo clima na produção.
As perdas com a uva e outros produtos por granizo foram grandes. Em setembro, cafezais no interior de São Paulo foram destruídos pela seca. Em julho, o frio intenso provocou a morte de centenas de cabeças de gado em Mato Grosso do Sul. No Vale do Ribeira, interior de São Paulo, foi a enchente que prejudicou plantações de banana. A preocupação com a intensidade e a freqüência de eventos como este é tema de discussões dos sindicatos.
O produtor rural está se conscientizando de que ele tem uma responsabilidade sócio-ambiental no processo. Isso está ficando bastante claro.
Além da responsabilidade ambiental, o produtor também quer segurança contra os prejuízos gerados pelo clima. Por isso, cada vez mais tem optado pelo seguro rural. Em 2005, foram pagos R$ 9 milhões em prêmios de seguro. Já em 2009, este valor chegou a R$ 448 milhões, 40 vezes superior. O país hoje tem cerca de 10% de área segurada, o que equivale a quase 6,4 milhões de hectares. Até o fim deste ano, deve ultrapassar os 11,5%. O número ainda é considerado pouco, mas deverá crescer esta consciência do seguro de proteção das lavouras, cada vez mais em função do crescente número de eventos climáticos.
Menos defensivos agrícolas
Ao longo das últimas décadas, a indústria de defensivos registrou uma evolução em seus produtos. Não apenas o volume das doses aplicadas sobre um hectare de lavoura ficou menor, como a toxicidade desses produtos diminuiu.
Dados mostram que, nos anos 60, o Brasil usava, em média, 2,1 Kg de herbicida por hectare. Nesse mesmo período, os produtores usavam, em média, 1,4 Kg de fungicida e 1,1 Kg de inseticida. Quarenta anos depois, o uso médio de herbicida caiu para 242 gramas, de fungicida para 185 gramas e de inseticidas para 69,75 gramas por hectare.
No começo, o objetivo da indústria era criar um produto que fosse eficiente contra o maior número possível de pragas e tivesse o efeito residual o mais longo possível para diminuir o número de aplicações. Com o passar do tempo, a legislação dos países evoluiu e o mercado passou a exigir produtos mais especializados. Dessa forma, o efeito do produto seria só sobre determinada praga, sem interferir no desenvolvimento de insetos, por exemplo, que não fazem mal à lavoura.
Apesar dos avanços da indústria, que coloca no mercado produtos que exigem menos volumes por hectare para o mesmo grau de eficiência, o mau uso dos agrotóxicos por parte dos produtores é um problema recorrente no Brasil. Em seu último levantamento, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) observou o uso indiscriminado desses produtos. De 3.130 amostras em frutas, verduras, legumes e grãos à venda para o consumidor, 29% apresentaram problemas, desde uso de defensivos não permitidos para a cultura ou sem registro no país até alto grau de resíduos de agrotóxicos no alimento. Pelo segundo ano, o pimentão teve o maior índice de irregularidades: 80% das amostras foram consideradas insatisfatórias. Em seguida, estão a uva, o pepino e o morango. Para o órgão o resultado é bastante preocupante.