Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

Contatos

Reforma da Previdência

Infelizmente, o governo acha mais fácil atingir milhões de brasileiros do que enfrentar uma dúzia de sonegadores e suas corporações.

O presidente interino Michel Temer está afirmando que seu grande legado para o Brasil será promover as reformas trabalhista e previdenciária, como forma de, em médio prazo, resolver alguns problemas. Essas medidas seriam adotadas para cobrir o rombo nas contas públicas, que neste ano de 2016 deverá chegar a R$ 170 bilhões.
O governo alega que, em 2015, pagou R$ 88 bilhões a mais em benefícios previdenciários do que arrecadou com as contribuições, e que esta diferença deve ultrapassar os R$ 100 bilhões em 2016. Porém, se todos os recursos arrecadados pelo governo, que foram estabelecidos em lei para cobrir os gastos com a Previdência Social, fossem efetivamente aplicados, em vez do déficit anunciado, o superávit em 2015 chegaria a R$ 24 bilhões.
O governo federal deve promover imediatamente uma auditoria das dívidas interna e externa do Brasil, que hoje consomem 45% do orçamento da União em valores que chegam a R$ 1,3 trilhão e que não sabemos para quem estamos pagando e nem por qual motivo. Infelizmente, o governo acha mais fácil atingir milhões de brasileiros do que enfrentar uma dúzia de sonegadores e suas corporações.
Algumas alterações devem ser feitas, mas elas precisam ser graduais e com adequações que não comprometam as expectativas criadas pelas pessoas, que ao longo da vida toda contribuíram e que hoje estão próximas da aposentadoria. Antes de iniciar qualquer reforma, é preciso também que o governo abra a sua caixa preta e mostre para a sociedade qual a situação real da previdência, inclusive com os devedores de enormes somas de recursos que se utilizam da sonegação para saquear o país.
No meio rural: a idade para se aposentar é de 60 anos para o homem e 55 para a mulher, não sendo possível qualquer alteração já que todos eles, após uma vida dura de trabalho na terra, se aposentam com apenas um salário mínimo. A sociedade como um todo precisa ser solidária com estes homens e mulheres que têm uma jornada de trabalho que ultrapassa as 12 horas diárias e que começam a trabalhar bem antes do que a maioria das demais categorias.