Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

Contatos

Quanto custo um legislador?

De acordo com a ONG Transparência Brasil...

De acordo com a ONG Transparência Brasil, a Câmara dos Deputados custa R$ 18,14 por ano para cada cidadão brasileiro, enquanto o Senado custa R$ 14,48. O que aparenta ser um número pequeno espanta em seu valor total. O orçamento do Senado é de R$ 2,7 bilhões anuais, o que corresponde a R$ 33,4 milhões para cada um dos 81 senadores. Na Câmara o valor é de R$ 6,6 milhões para cada deputado federal. Como são 513 eleitos, o orçamento é de R$ 3,3 bilhões anuais. Nas Câmaras Municipais, a mais rica é a do Rio de Janeiro, com R$ 5,9 milhões para cada um dos 50 vereadores. No outro extremo está Rio Branco (AC), com R$ 715 mil para cada um dos 14 vereadores. O estudo investigou somente as capitais. Quando é comparado o custo por habitante, a Câmara de Vereadores mais cara do país é a de Palmas (TO), com R$ 83,01 anual para cada habitante da cidade. A mais barata é a de Belém (PA), com R$ 21,09 por habitante ao ano.
Gastos legislativos
Levantamento realizado por empresa jornalística da Capital gaúcha revela que as Câmaras de Vereadores do Estado custaram aos contribuintes gaúchos quase R$ 500 milhões no ano de 2010. Parte deste valor, algo em torno de R$ 14 milhões, foram consumidos em diárias de viagens. Não quer dizer que todos os legisladores que viajaram foram passear. Provavelmente muitos vereadores e funcionários das Câmaras viajaram para tratar de interesses do município, porém, surgem algumas distorções. Há pequenos municípios com grandes absurdos. Em Itaqui, que não deve ser maior que o nosso, a Câmara gastou R$ 249 mil (um valor de R$ 6,53 por habitante) no ano passado. Há outros absurdos, como o município de Bom Progresso, que gastou R$ 26,79 por habitante somente em diárias de viagens. Nesse quesito, temos de cumprimentar nosso legislativo, pois o gasto foi de pouco mais de R$ 1 mil, um dos menores da região da Serra, com um gasto por habitante de apenas R$ 0,04.
Avesso
Mas sempre há o outro lado. Alguns poderão argumentar que seria preferível gastar em viagens desde que isso retorne em benefícios para o município. É verdade. Eu não me importaria se alguém fosse todas as semanas para Porto Alegre ou Brasília para reivindicar melhorias na estrada para Caxias do Sul. Maior segurança na estrada para Antônio Prado, ou que resolvessem o problema do “trevo da vergonha” onde, por sinal, consta uma placa escrita a mão com os seguintes dizeres: ‘Vergonha de Caxias há mais de 20 anos’. Eu diria vergonha da região há mais de 20 anos. Porém, como diria Caetano, o avesso do avesso do avesso seria os legisladores viajarem a turismo como se fossem para “cursos”, “congressos” e outros eventos fantasmas. Isso eles não fizeram e merece ser elogiado.