Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

Contatos

Plano safra 2009/2010

A agricultura brasileira busca R$ 120 bilhões e juros mais baratos para minimizar o impacto da redução de crédito externo devido à crise financeira mundial e garantir o crescimento da produção de alimentos.

Plano safra 2009/2010 A agricultura brasileira busca R$ 120 bilhões e juros mais baratos para minimizar o impacto da redução de crédito externo devido à crise financeira mundial e garantir o crescimento da produção de alimentos. A proposta do agronegócio para o Plano Agrícola e Pecuário 2009/2010 foi entregue nesta terça-feira, ao ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes. As sugestões foram coletadas pela Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Ministério da Agricultura (Mapa) em oito estados. O plano deve ser anunciado no final de maio pelo governo federal. As lideranças rurais consideram insuficientes os R$ 100 bilhões sinalizados por Brasília, considerando-se que a safra deve gerar renda bruta de R$ 200 bilhões. Além da ampliação da verba, a proposta é de redução de pelo menos um ponto percentual nas taxas de crédito, seguindo tendência global e recentes decisões do Comitê de Política Monetária (Copom), que baixou os juros básicos no país. Contudo, essas medidas devem vir acompanhadas de mudanças nas regras para destravar o acesso a recursos. Em 2008/2009, R$ 78 bilhões foram destinados à agricultura comercial e R$ 13 bilhões à familiar. Confiamos na importância estratégica do campo para que o Brasil mantenha a balança comercial superavitária e o abastecimento interno equilibrado. Sabemos das dificuldades mas, mesmo com incentivos e renúncia fiscal para aquecer o setor industrial, acreditamos que há gordura para queimar pelo governo.Acreditamos que a União não irá arriscar um agravamento da situação, de queda da produção e de preços e consumo com potencial para frear a atividade agrícola. A tendência de redução já pode ser verificada na queda da compra de fertilizantes. De acordo com a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), no primeiro bimestre de 2009, houve redução de 26,4% na entrega em comparação com o mesmo período de 2008. Para que o plano tenha resultado, é preciso resolver outras questões, como revisão de garantias bancárias de produtores, limitações impostas aos que renegociaram dívidas, aprovação do Fundo de Catástrofe (que tramita no Congresso Nacional há anos) e preços mínimos compatíveis aos custos de produção, que decolaram na última safra, enquanto que o preço mínimo da maioria dos produtos baixou. Não adianta ter mais dinheiro se o produtor não consegue o crédito.É indispensável a adoção de políticas públicas que garantam renda e a modificação do Proagro, a fim de evitar a exclusão de agricultores do crédito rural. Pelas regras, quem contrata a cobertura e registra quebra superior a 30% na produção de uma mesma cultura por três anos consecutivos perde direito a novos financiamentos ao Proagro para esse produto. Sugestões dos produtores para o ano agrícola 2009/2010 Recursos: - R$ 120 bilhões para financiamento da safra. No ciclo 2008/2009, foram autorizados R$ 91 bilhões para agricultura empresarial e familiar. - Aumento dos limites de exigibilidades bancárias, atualmente em 30% sobre depósitos à vista e 70% sobre poupança rural. Taxa de juros: - Redução de um ponto percentual dos atuais juros. As linhas da agricultura familiar têm taxa média de 3% e na comercial a maioria dos contratos tem correção de 6,75%. Acesso ao crédito: - Reavaliação da análise de risco para maior abrangência do crédito. - Flexibilização de garantias.- Liberação de linhas de financiamento às cooperativas. Custeio/comercialização/investimentos: - Financiamento compatível com custo de produção. - Eliminação da exigência de reciprocidade. - Ampliação de 30% no limite por culturas. - Readequação de preços mínimos aos custos produtivos. - Desburocratização de credenciamento de armazéns. - Ampliação e criação de fundos constitucionais.