Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Panorama do alho

Em 2021 foram cultivados, no Brasil, 16 mil hectares de alho e, para 2022, está previsto um aumento de 2,5 mil, chegando a 18,5 mil hectares

Em 2021 foram cultivados, no Brasil, 16 mil hectares e para 2022 está previsto um aumento de 2,5 mil, chegando a 18,5 mil hectares. Os maiores aumentos são na região Centro-Oeste (Goiás e Minas Gerais).
Caso o clima colaborar, a previsão é que os produtores brasileiros ofertarão para o mercado 23 milhões de caixas de 10kg passando, assim, a produzir 65% do alho consumido no país.

Alho no Sul – safra de 2021/2022
Os alhos do Sul estão no auge da comercialização. Em fevereiro de 2022 os preços ficaram em média de R$ 6 a R$ 6,5 acima da classe, toaletado, para os tamanhos 5, 6 e 7. O alho 4 toaletado ficou em torno de R$ 5 acima da classe, ou, R$ 90 a caixa.
Nesse mesmo período, os alhos escovados tiveram pouca procura e as vendas, preços ao redor de R$ 5 acima da classe no início do mês. Na última semana de fevereiro ocorreram negócios a R$ 6 acima da classe, para os alhos 5, 6 e 7.
A variedade tardia, São Valentin, entrou forte no mercado em fevereiro de 2022, em especial na safra gaúcha. O preço médio junto aos produtores do Rio Grande do Sul foi semelhante aos praticados em Santa Catarina. Alguns negócios no “monte” ou a varrer ficaram ao redor de R$ 11 a R$ 12 ao quilo.
O alho da safra de 2021/2022 está em excelente estado, com túnica branca e dente roxo.
O estoque de alho no Sul do país, no final de fevereiro, estava ao redor de 2,2 milhões de caixas de 10kg.

Tendência do mercado para março e abril
O primeiro quadrimestre do ano sempre é dominado pelo alho argentino, especialmente a “semente chinesa” ou alho morado, como lá chamam. Dessa forma ditam os preços no mercado brasileiro.
Em fevereiro, os preços do alho argentino, posto no atacado, ficaram ao redor de R$ 115/120 para a classe 5 e R$ 120/125 para a classe 6.
Espera-se para março e abril que os preços do alho argentino subam para R$ 140 a 150 a caixa (similar ao custo do chinês com liminar), especialmente quando aqui chegar o alho colorado.
A oferta do alho de março e abril será, então, basicamente com argentino, alho do Sul, alho congelado do Cerrado e um pouco de chinês.
O preço nesses meses será ditado pelo argentino e dependerá do volume para cá exportado, da qualidade do alho e da cotação do dólar.
Lembrando que o alho argentino é internalizado sem qualquer imposto de importação, sem quotas de importação, por fazer parte do Mercosul. A única exigência é que se enquadre dentro das normas e padrões do Mercosul o que, muitas vezes, não acontece, sendo internalizado abaixo do padrão, bagunçando o mercado brasileiro.