Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Custo de produção dos principais produtos agrícolas – safra 2009/2010

A redução no custo de produção das principais lavouras – soja, milho e trigo – em relação à safra anterior, foi provocada, principalmente, pela queda nos preços dos fertilizantes, defensivos e combustíveis.

A redução no custo de produção das principais lavouras – soja, milho e trigo – em relação à safra anterior, foi provocada, principalmente, pela queda nos preços dos fertilizantes, defensivos e combustíveis. O que, no entanto, não representa ganhos no bolso do produtor, à exceção dos sojicultores que, na primeira semana de dezembro de 2009, tinham rentabilidade positiva. Soja: A soja registrou uma redução de 11,6% no custo total e de 20,81% no custo variável, caindo de R$ 36,73 a saca de 60 quilos para R$ 32,47 a saca nesta safra. Considerando os atuais preços de mercado, os números sinalizam uma margem de R$ 9,00 por saca, o que poderá mudar no período de maior pico de venda da safra. Milho: Em relação ao milho, o baixo preço do cereal diminui a margem do produtor. A redução do custo total de produção foi de 12,37% e de 16,98% no variável. Na safra passada, a cultura registrou o maior pico de custos dos últimos dez anos, chegando a R$ 22,39 a saca ante os R$ 19,62 apurados para 2009/2010. Comparando-se o valor de R$ 19,62 com o preço de mercado atual, de R$ 16,80 a saca, verifica-se um prejuízo da ordem de R$ 2,82 por saca de 60 quilos. Esse quadro decorre da baixa dos preços do milho, que caíram na faixa de 10% nos últimos 12 meses. Este era o cenário do mês de dezembro de 2009. Lógico que, dependendo da produtividade, das condições climáticas e de mercado até o final da colheita, além do nível tecnológico aplicado na lavoura, cada produtor poderá ter resultados diferenciados em função do patamar de custo de cada um, dadas às condições distintas em cada propriedade. Trigo: No trigo, a queda dos preços anula a redução no custo. O custo total de produção de trigo no Rio Grande do Sul apresentou queda em 9,54%, passando a saca de R$ 36,06 em 2008 para R$ 32,62 em 2009. O custo variável caiu 12, 89% como resultado da baixa dos insumos. Avaliando a rentabilidade, a melhor performance fica entre custo e preço mínimo do trigo classificado como pão. Neste cenário ocorre equilíbrio entre custo e preços mínimos. E não é a realidade do mercado hoje. O preço praticado está na faixa de R$ 22,50 a saca, o que sinaliza um prejuízo superior a 30%. Esse é o quadro em relação ao cereal. Uva: O custo de produção da uva nesta safra será bem maior do que a média que é de R$ 0,55, pois em função do excesso de chuva, o número de aplicações com defensivos praticamente dobrou em relação às safras anteriores. Cenário atual: No contexto geral, além do custo de produção de cada lavoura, outros fatores interferem na rentabilidade ao final de cada safra, tais como: câmbio, tamanho das safras (oferta e demanda), estoques, fatores climáticos, entre outros, que poderão mudar o cenário atual em termos de expectativa de rentabilidade. Todos nós sabemos que além do custo de produção precisamos que o produtor receba algo a mais como forma de garantir percentual de renda, pois sem lucro nenhuma atividade se sustenta.