Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Controle do javali

O javali tem desafiado muitos proprietários rurais e suas comunidades onde a população rural se sente ameaçada por estas feras.

O javali, um animal de origem européia que invadiu o país via países vizinhos e criadores ilegais, tem desafiado muitos proprietários rurais e suas comunidades onde a população rural se sente ameaçada por estas feras. Em Minas Gerais uma pessoa já morreu e corre-se o risco de ser só o primeiro caso.
Este animal foi introduzido nos países vizinhos bem como em outros continentes com objetivo de promover a caça esportiva.
 Em todos os países onde este animal foi introduzido ou mesmo é nativo é considerada uma praga. Na Alemanha, um país que já passou por duas guerras mundiais, os animais invadiram até a capital Berlim onde em 2008 foram mortos 3000 animais, sendo 500 no centro da cidade. Em novembro deste ano um morador morreu devido aos ferimentos provocados por um javali.
No Brasil a situação é ainda mais delicada, pois ameaça o pilar de nossa economia que é o agronegócio por meio de destruição de cultivos e da transmissão de doenças aos rebanhos e ao ser humano. Outro perigo é a disseminação de aftosa e leptospirose o que poderia causar embargos comerciais e incalculáveis prejuízos financeiros ao país. O último foco de aftosa no Rio Grande do Sul, em 2000, levou ao sacrifício de 11 mil animais. O embargo devido ao último foco surgido no Mato Grosso do Sul levou a um prejuízo estimado em R$ 1,7 bilhões, mostrando que há muitas empresas, empregos, pessoas e famílias em jogo.
No entanto, o IBAMA proibiu a caça destes animais, que entraram pelo Sul do país e estão dia a dia avançando. Eles estão presentes no Paraná, São Paulo, Minas Gerais e até no Mato Grosso. Ao invés de proibir, o governo deveria liberar totalmente o abate deste animal exógeno, invasor e declaradamente nocivo, permitindo o seu controle, assim como legalmente é feito com os ratos, que também são mamíferos exógenos, invasores e nocivos pois causam danos econômicos, ambientais e transmitem doenças, no entanto não é necessária nenhuma licença de caça ou autorização legal para controlá-los. Simplesmente porque são considerados animais nocivos para fins legais.
Enfim, o IBAMA se encontra agora decidindo o futuro do controle desta praga em solo nacional e a sugestão para este problema complexo é bastante simples. Bastaria publicar uma Instrução Normativa com a lista de animais exógenos, invasores e nocivos do país, sendo assim como os ratos, passíveis de controle por pessoas físicas ou jurídicas devidamente habilitadas para tal atividade, sem a necessidade de autorização do órgão ambiental competente.
Por lei, o abate de animais nocivos não é crime, pois são animais que interagem de forma negativa com a população humana, causando-lhe transtornos significativos de ordem econômica ou ambiental, ou que represente riscos à saúde pública. Nesta lista poderiam ser incluídos não só os javalis, mas todas as espécies invasoras e exógenas, como o pombo doméstico (transmissor de mais de 50 doenças), pardais, os búfalos e demais seres que tanto mal tem causado ao nosso meio ambiente, economia, saúde pública e agricultura.