Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Comida no lixo

Cada brasileiro gera, em média, um quilo de lixo por dia.

Comida no lixo
No Brasil, todos os dias jogamos no lixo 72 milhões de quilos de alimentos, o que corresponde a 26,3 milhões de toneladas por ano de comida que poderia alimentar um contingente enorme de pessoas. Do total de alimentos desperdiçados, 45% são de hortifrutigranjeiros. Cada brasileiro gera, em média, um quilo de lixo por dia, deste, 58% é composto por restos de alimentos, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.
No mundo chegamos ao absurdo de desperdiçar 1,3 bilhão de toneladas de alimentos por ano. É um número tão gigantesco que temos dificuldade de assimilar, então vamos tentar exemplificar: para carregar tudo isso são necessários 40 milhões de carretas de três eixos com capacidade para 30 toneladas, o que geraria uma fila de 800 mil quilômetros (se considerarmos um espaço de um metro e meio entre elas). Se considerarmos a distância entre Porto Alegre e Brasília, seria como se nesses 2.150 km, diariamente, uma fila de carretas jogasse fora toda sua carga de alimentos, de segunda a segunda.
Chocante? Sim, mas não é só isso. Junto com o desperdício estamos jogando fora toda a energia empregada, a mão de obra, os produtos químicos e insumos aplicados no processo de produção e principalmente a água, que tem 70% do seu consumo na agricultura. Sem falar que ainda temos milhares de pessoas que passam fome.
Mudar essa realidade é o grande desafio que se apresenta para toda a sociedade e depende de estudos sérios dos governos, com o apoio de setores da iniciativa privada indicando caminhos e soluções para diminuir o desperdício e a pressão sobre os recursos naturais do nosso planeta.

Iniciativas
No Estado do Rio Grande do Sul a Secretaria de Desenvolvimento Rural e a Ceasa de Porto Alegre criaram o Banco de Alimentos, que tem mais 17 similares no Estado. É uma parceria entre produtores voluntários e atacadistas com a finalidade de aproveitar sobras alimentares e levar educação nutricional para mais de 30 mil pessoas de baixa renda.
Iniciativas como estas precisam ser ampliadas e massificadas, pois desperdiçar alimentos é desperdiçar vida.