Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

Contatos

Coicidências

Dado o golpe, antes de iniciar uma guerra civil, abandonou o país.

Coincidências
A história se repete, dizia Marx, na primeira vez como tragédia, na segunda como farsa. E na terceira vez, seria o quê? Apenas coincidência ou sinal de que não aprendemos com os próprios erros? E quando os personagens são semelhantes, mesmo que em posições conflitantes, qual será o significado? No processo contra a presidente, alguns senadores lembraram as palavras de Tancredo Neves contra o golpe perpetrado contra João Goulart. “Canalha, canalha, canalha”, gritou contra aquele que declarou vaga a presidência da República quando este se encontrava no Rio Grande do Sul. Muitos querem mudar a história, dizendo que ele havia abandonado o país. Mentira. Veio ao Estado, se encontrou com políticos que faziam a rede da legalidade. Dado o golpe, antes de iniciar uma guerra civil, abandonou o país. Para mais detalhes do golpe, estudem a operação americana ‘Brother Sam’. 

Jango
Na época, Jango como era chamado João Goulart, foi acusado de enriquecimento ilícito, roubo de gado, fatos nunca provados, mas amplamente divulgados. Os radicais condenavam sua ligação com os sindicatos e o acusavam de comunista. Entre as aprovas disso estava o aumento do salário mínimo, e as chamadas reformas de base (agrária, educacional, fiscal, eleitoral, urbana e bancária). Como todos sabem, são ações típicas de comunistas. Resultado: cassado, expulso do país para morrer no exílio. Nada se provou contra ele. Nenhuma acusação de desonestidade foi provada. A sessão dos ‘canalhas’ foi anulada em 2013.

Getúlio
Getúlio, o pai da legislação trabalhista ainda em vigor, começou a cair em desgraça junto aos poderosos por ter dobrado o valor do salário mínimo.  Segundo os jornais da época, a classe empresarial aceitava jornada de trabalho, dar direito a férias também pode ser aceito, mas 13º salário seria um desastre para o país. Essa era a manchete de um jornal na época. Um valor mínimo a ser pago também é aceitável, desde que não fosse muito alto. Mas o velhinho dobrou. É demais! Por fim, ele criou a Petrobras. Onde já se viu um país de caboclos e mestiços querer explorar petróleo. Duas coisas que passaram dos limites. Mas como não podiam dizer isso com clareza, seus adversários, com o apoio de parte da imprensa, começaram as acusações de corrupção. A história mostra que Getúlio terminou sua vida mais pobre de quando chegou ao poder. 

Relação
Qual a relação de dois ex-presidentes com os acontecimentos recentes? Primeiro: todos têm o trabalhismo como lema do partido. Segundo: todos têm ligações com o Rio Grande do Sul, os dois ex-presidentes nascidos aqui e a ex-presidente ‘impichada’ fez sua vida política no Estado. Será que nosso Estado dá azar? O que diriam os ex-presidentes avaliando as manifestações dos políticos que dizem defender seus legados? Estariam felizes? Triste país que não aprende com os próprios erros. Serão apenas coincidências?