Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Aquecimento global

Entre os impactos que o aquecimento global...

Entre os impactos que o aquecimento global deve provocar nas próximas décadas, está a redução da produtividade na agricultura.
Um ambiente mais quente será prejudicial, principalmente nas regiões tropicais, onde as temperaturas são mais elevadas.
Estudos apontam que mesmo não sendo percebida a médio prazo, até o ano 2100 a lucratividade da agricultura no Brasil deverá ser reduzida entre 9,4% a 26%, dependendo da quantidade de poluentes emitidos na atmosfera. A agricultura familiar, com menos acesso à tecnologia e a recursos, deve ser a mais afetada.
Para minimizar os impactos, a alternativa será a mudança da matriz energética, com prioridade para biocombustíveis e fontes renováveis.
Entretanto, mais do que diminuir os impactos, será preciso fazer com que as pessoas se adequem a mudança do clima.
A preocupação maior é com a velocidade das mudanças e na forma com que os agricultores, principalmente os agricultores familiares, vão se adaptar para conviverem com um planeta mais quente e como buscar alternativas para manter a produtividade agrícola.
Acreditamos que uma das alternativas seria investir em educação, estímulo ao associativismo e a implementação de políticas públicas com foco na agricultura familiar.

Renda / sustentabilidade
Mais do que investimentos em tecnologia ou aumento de produtividade, quando se fala na eficiência da atividade agrícola, é fundamental levar em conta os resultados financeiros da produção agropecuária.
Precisamos discutir mais sobre a renda no campo, os desafios e possibilidades para o agricultor se manter na atividade, como viabilizar lucros, minimizar custos de produção e otimizar os processos e a qualidade dos produtos.
Normalmente se discutem questões como aumento da produtividade, novas técnicas, modelos de comercialização. Mas hoje o que mais deve estar no centro das discussões do agronegócio deve ser a questão da rentabilidade da atividade agrícola e alternativas para se obter lucro, que são fundamentais para a permanência do homem na produção.
O agricultor também precisa entender que lucro não é pecado, mas que ele é indispensável para ser economicamente correto. Precisamos derrubar o estigma de que o agricultor tem apenas uma função social, que é a produção de alimentos.
A busca pela sustentabilidade da atividade agropecuária, por sua vez, passa necessariamente pela gestão eficiente da propriedade.
Questões sobre a preservação ambiental devem ser tratadas não apenas como uma obrigação. O ideal, no nosso entender, seria planejar as medidas de forma que o produtor possa buscar rendas com ações ambientais. Como separar 20% da área da propriedade para preservação sem nada receber em troca?
Não podemos esquecer que o agronegócio é uma atividade estratégica para o país, já que ele responde por 1/3 do PIB e não pode correr riscos. É uma cadeia que produz riqueza e o dinheiro também tem que ficar nas mãos do agricultor.