Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Agricultura x Comércio Mundial

Tudo indica que, neste ano, teremos um dos piores momentos do século em termos de comércio mundial.

Tudo indica que, neste ano, teremos um dos piores momentos do século em termos de comércio mundial. O Banco Mundial estima que a queda seja a maior dos últimos 80 anos. Dois fatores estão impactando o comércio mundial neste momento de crise: a queda nas linhas de crédito aos países emergentes e a diminuição da demanda, diante da recessão nas maiores economias do mundo. O reflexo disso é uma baixa generalizada nas exportações. Como o Brasil é grande exportador de grãos e de produtos da pecuária (carnes), já experimenta o impacto nas cadeias produtivas. No setor de carnes, o produtor vem enfrentando problemas de reposição, retardamento de entrega de lotes prontos e demora no recebimento da produção entregue na indústria. Também o fumo será de difícil comercialização neste ano – o mercado interno terá que absorver parte da produção que o mundo vai deixar de comprar. O reflexo disso poderá ser um mercado com preços menores aos produtores, que já é realidade para muitas cadeias. Por outro lado, os agricultores terão que saldar os empréstimos juntos aos agentes financeiros em relação ao custeio e, principalmente, àqueles relacionados aos investimentos que são compromissos de maior vulto financeiro. Iniciativas têm sido tomadas por lideranças sindicais e Fetag a fim de encontrar soluções para as cadeias produtivas que estão sofrendo diante da conjuntura de mercado provocado pela crise mundial. Outros setores que sofrem com a comercialização da safra são o trigo e a uva. Os produtores responderam com a produção mas os preços na venda das safras estão aquém do custo e sem liquidez no mercado. Neste momento, o governo tem de adotar medidas de cunho de regulação ou de intervenção direta para dar sustentação de preços e renda aos agricultores. Neste sentido, será importante que no Plano Safra 2009/2010 o Governo porte mais recursos para custeio de investimentos e, em especial, para garantia na comercialização. Uma das maiores dificuldades nos últimos tempos tem sido a garantia de sustentação dos preços mínimos definidos pelo governo. Os agricultores não suportam mais apenas o anúncio de medidas: querem ações práticas, que sinalizem garantia de preço remunerador. Esse será o desafio do governo: administrar recursos suficientes para o setor aperfeiçoar seus instrumentos de apoio à venda da safra, a fim de fazer frente à redução do comércio mundial durante a crise atual.