Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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Adulteração de Adubos

Depois dos adubos adulterados, que foram denunciados no ano passado pela CPI dos Insumos...

Depois dos adubos adulterados, que foram denunciados no ano passado pela CPI dos Insumos da Assembleia Legislativa do Estado, a qual provocou uma fiscalização do Ministério da Agricultura que constatou que mais de 20% dos adubos estavam adulterados com adição de pedra, areia e outros produtos. Agora é a vez dos agrotóxicos No caso dos adubos, as empresas estão sendo processadas e tiveram que ajustar suas fórmulas, além de terem reduzido os preços, freiando-se com isso o processo de especulação que reina no setor agrícola do país. As velhas e conhecidas desculpas dadas pelas empresas para os reajustes eram a escassez de produto, inundação das minas de extração da matéria-prima, redução de oferta, não convencem mais ninguém, pois passados menos de oito meses e nenhuma dessas condições se alteraram e os preços dos adubos reduziram em mais de 50%. Isso explica que o aumento de preços do ano passado foi meramente especulativo. No caso dos agrotóxicos, a situação é mais grave ainda, porque os prejuízos para os agricultores são incalculáveis. O que se ouve frequentemente no meio rural e´- “Apliquei o veneno e não funcionou, acho que estava muito seco, ou muito úmido” – quando na verdade o problema é com o próprio produto mesmo. Se não vejamos: A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) interditou mais 800 mil litros de agrotóxicos na fábrica da empresa alemã Basf por encontrar várias irregularidades, como uso de substâncias com prazo de validade vencido. O agrotóxico Opera usado em diversas culturas, e o mais vendido, está entre os produtos interditados. A Anvisa também multou em R$ 2,375 milhões a empresa Milena Agrociências, filial do grupo Israelense Makhteshim Agan. A sanção aplicada é resultado de uma fiscalização feita em 2009 e que encontrou 2,5 milhões de litros de agrotóxicos adulterados nas fábricas de Londrina (PR) e em Taquari (RS). De acordo com a Anvisa, a empresa admitiu no processo administrativo que os produtos sofreram alterações não autorizadas em suas fórmulas. O caso mais grave foi com o agrotóxico Podos, utilizado em grande escala, e que sua fórmula era mais tóxica do que o permitido por lei. Somente por essa infração a empresa recebeu multa de R$ 1,5 milhões e o registro do produto será cancelado, sendo proibida sua comercialização no país. Vamos cobrar providências exemplares junto aos órgãos de fiscalização para que essas empresas, além de sofrer punição exemplar, ofereçam produtos de qualidade aos agricultores e que a fiscalização seja estendida para as demais empresas. Isso evidencia uma vez mais que ao adquirir os insumos agrícolas, os produtores devem ter o máximo cuidado em observar se o produto que estão comprando obedece as exigências e normas legais. Pois todos sabemos que os agrotóxicos são produtos com alto risco para a saúde e o meio ambiente. Por isso, problemas na produção de agrotóxicos aumentam significativamente as chances de desenvolvimento de diversos agravos à saúde, como câncer e toxicidade. Todo o cuidado é pouco.