Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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A luta e a indignação dos produtores de uva

Através desse espaço o STR quer aproveitar a oportunidade para registrar a importância da missão, dos objetivos e o papel que o mesmo vem desempenhando na organização e defesa produtores de uva.

Através desse espaço o STR quer aproveitar a oportunidade para registrar a importância da missão, dos objetivos e o papel que o mesmo vem desempenhando na organização e defesa produtores de uva. Digno de destaque foram as inúmeras mobilizações realizadas nestes últimos anos, de modo especial em 2008 e 2009. Milhares de agricultores foram para as ruas nas diversas manifestações realizadas. Nunca se lutou tanto para defender os interesses dos produtores a fim de evitar que as consequências negativas da crise que ora o setor vitivinícola vem atravessando, fossem arcadas somente pelos produtores de uva. O STR teve e tem participação destacada em reuniões, audiências, encontros, jornadas e outros eventos promovidos para solucionar os problemas enfrentados pelo setor vitivinícola. Sempre fomos parceiros e solidários das demais entidades, instituições e órgãos ligados ao setor, especialmente das entidades representativas das indústrias vinícolas. Participamos de todas as ações desenvolvidas visando a organização e o crescimento do setor. Porém, infelizmente nossa permanente luta e comprometimento não atingiu totalmente os objetivos e não produziu os resultados esperados. Tudo o que fizemos, foi no sentido de evitar maiores prejuízos aos produtores. Mas, o pior de tudo e nossa maior decepção, nosso inconformismo e revolta, motivou-se pelo comportamento de algumas Indústrias e entidades ligadas ao setor que simplesmente não tiveram o mínimo de consideração e reconhecimento por todo nosso esforço para resolver o problema do vinho. No momento em que tentamos negociar o preço da uva da última safra, as indústrias que, até aí se diziam parceiras, simplesmente nos deram as costas, não aceitaram nenhuma proposta e preferiram o silêncio deixando com isso que os produtores de uva pagassem sozinhos os prejuízos da crise. Não tiveram receio nenhum de aplicar o golpe nos agricultores. Algumas vinícolas não tiveram escrúpulo e chegaram ao absurdo de pagar apenas a metade do preço mínimo. Outras prometeram que se o mercado tivesse melhor desempenho e crescimento, complementariam o valor. Em função de todo o trabalho desenvolvido o mercado esta reagindo. As vendas de vinhos, sucos e espumantes estão crescendo significativamente em relação ao ano passado. Esperamos que a promessa seja cumprida e que nenhum produtor receba menos do preço mínimo, que é o preço justo. Ainda há tempo de se fazer justiça. Questionamos, até quando vai continuar essa situação de indefinições, de desprezo e de humilhação? Hoje em dia, fala-se tanto em parceria, comércio justo, distribuição de renda, integração entre elos das cadeias produtivas, mas a impressão que passa é que no setor vitivinícola o que prevalece é o velho ditado de quem pode mais chora menos, e cada um pra si e Deus pra todos. Não sabemos até quando os produtores vão aguentar essa situação de indefinições. Iniciar a safra sem saber o quanto e quando receberão. Está mais do que na hora de promovermos uma mudança de mentalidade e comportamento, pois se esperarmos poderá ser tarde demais.