Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

Contatos

A crise e o campo

A preocupação do Movimento Sindical do campo...

A preocupação do Movimento Sindical do campo é que o setor agrícola brasileiro pode ser afetado com a crise financeira mundial. Por isso, nosso esforço é de que o governo federal seja sensível e não comprometa ou interrompa as políticas públicas que favorecem os trabalhadores rurais e a produção de alimentos no país.
E para fortalecer a agricultura é necessário manter os investimentos para garantir assistência técnica, como o Pronaf, o seguro agrícola e os preços mínimos dos produtos. Enfim, que o governo priorize aquilo que é essencial para o país: a produção de alimentos e a geração de empregos. Neste cenário da produção de alimentos o Brasil é um dos países que tem o maior potencial para suprir o aumento constante do consumo. Temos uma agricultura competitiva. Já ultrapassamos o Canadá, a Austrália e a China em volume de produção agrícola. Somos o 3º maior exportador agrícola mundial, ficando atrás somente dos Estados Unidos e da Europa. E segundo projeções, em 2020, o Brasil será o maior exportador mundial de alimentos.
Desafios
Para atingir o topo mundial, os desafios são enormes. Se compararmos com as condições dos maiores produtores, o país leva algumas desvantagens. Por exemplo: nos Estados Unidos e Europa os alimentos básicos não são tributados pelo governo. No Brasil, a produção agrícola é taxada rigorosamente. Para citar um dos casos, a cobrança do ICMS gira em torno de 12% sobre tudo o que é produzido. Outro problema é a concentração de terras que vem aumentando nos últimos anos.
Em resumo
O Brasil precisa modificar sua política agrária e seu modelo de produção agrícola e deveria expandir a agricultura familiar responsável pela produção de 75% dos alimentos consumidos pelos brasileiros.
Agricultura familiar
Além disso, a agricultura familiar garante renda para quem produz tanto para o mercado externo e interno, quanto para o próprio abastecimento familiar de sua família.
Atualmente, a agricultura familiar representa 84% das propriedades agrícolas, mais de 4 milhões de estabelecimentos rurais e mantém 80% dos postos de trabalho e da ocupação da mão de obra no campo. Enquanto que nas grandes propriedades, o agronegócio recebe cinco vezes mais recursos do governo, cerca de R$ 80 bilhões anuais, contra R$ 16 bilhões da agricultura familiar. Empregam apenas 20% dos trabalhadores rurais e produzem 25% de alimentos.
Um conjunto de ações e experiências com a agricultura no Brasil demonstra que a prática familiar é o meio mais eficiente para conquistar a soberania alimentar no país e no mundo.
Dia do Aposentado
O Rio Grande do Sul comemorou no dia 5 de outubro o Dia Estadual do Aposentado Rural. O dia é uma forma de valorizar essa categoria. Hoje, no Estado, são mais de 400 mil pessoas do campo beneficiadas com aposentadoria ou pensão, vivendo a terceira idade de uma forma mais digna, após dedicarem a vida à produção de alimentos.