Olir Schiavenin

Olir Schiavenin

Informativo Rural

Olir Schiavenin atua pelo Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Flores da Cunha e Nova Pádua há mais de vinte anos. É membro da Coordenação da Comissão Interestadual da Uva, preside a Associação Gaúcha dos Produtores de Alho (AGAPA) e é vice-presidente Associação Nacional dos Produtores de Alho (ANAPA). Além disso, coordena a Comissão Agropecuária do Corede-Serra e Centro da Agricultura Familiar de Veranópolis.

O sindicalista também está inserido nos meios acadêmicos. É bacharelando em Filosofia e Ciências Econômicas pela Universidade de Caxias do Sul. Schiavenin escreve para O Florense desde a sua fundação – em 1986. Sua coluna é um espaço informativo e de fundamental importância para a categoria. 

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A agricultura familiar e sua importância

A agricultura familiar no passado era tratada pelas políticas públicas e gestores...

A agricultura familiar no passado era tratada pelas políticas públicas e gestores, comprometidos com o grande capital, como política secundária, e seus problemas também secundarizados. Desse modo suas demandas concretas foram tratadas com descaso e parcos recursos públicos, aparentando no cenário político e econômico como uma categoria sustentada, tratada de forma assistencial por outros setores do campo.
A última gestão consolidou uma mudança de forma e conteúdo no trato da agricultura familiar, inaugurando um processo contínuo e consistente de avanços nas construções de políticas de desenvolvimento e inclusão, materializada nos dados apresentados no Censo Agropecuário 2006 e diversos índices de desenvolvimento social e humano. Tais políticas seguiram com vigor necessário para promover o desenvolvimento sustentável de milhões de famílias em todo o país. Políticas públicas específicas voltadas para a melhoria da qualidade de vida dos povos do campo, como Pronaf, Garantia Safra, Crédito Fundiário, Mais Alimentos, Assistência Técnica e Extensão Rural, bem como programas como Luz para Todos, Bolsa Família, etc., garantindo melhoria efetiva da vida com inclusão cidadã de populações inteiras do campo, até pouco afastadas das políticas públicas. Finalmente, brilha a estrela da agricultura familiar.
Segundo o Censo Agropecuário 2006, 70% de feijão, 58% de leite, 87% de mandioca, 46% de milho, 38% de café, 59% de suíno, 50% de aves de bovino são produzidos pela agricultura familiar, isso representa participação econômica vigorosa nas economias regionais. A agricultura familiar é responsável pela segurança alimentar dos brasileiros.
Ocupando 25% das terras agricultáveis no Brasil, gera 75% dos empregos no campo e representa 38% da produção agropecuária total, ou seja, R$ 54,4 bilhões. Esse setor gera sete de cada dez empregos no campo, empregando 15,3 pessoas para cada 100 ha. Estados e municípios não podem prescindir dela para a geração de trabalho, emprego e renda não só como discurso político, mas como prática concreta no cotidiano das pessoas.
Agronegócio reivindica ações ao futuro governo
O agronegócio, um dos principais setores da economia e essencial para o equilíbrio da balança comercial brasileira, tem vários pleitos para cobrar da presidente eleita Dilma Rousseff. O primeiro dos pleitos é a questão da renda, pois ela está condicionada a uma política eficaz de crédito rural e preços mínimos e ao fortalecimento do agricultor por meio do cooperativismo. Outro ponto fundamental é a questão da infraestrutura logística, com a priorização das obras que influenciam o escoamento da produção. A melhoria das estradas em algumas regiões produtoras e o uso dos modais ferroviário e hidroviário, como alternativa ao rodoviário, barateiam o transporte e podem proporcionar mais renda ao produtor.
Segundo dados divulgados pelo governo, o agronegócio é responsável por 25% do Produto Interno Bruto (PIB) nacional e um terço dos empregos. Em 2009, representou 42% das exportações, com US$ 64,7 bilhões dos US$ 152,2 bilhões exportados pelo Brasil. Para este ano, a estimativa do Ministério da Agricultura é que as remessas de produtos e mercadorias para outros países rendam US$ 73 bilhões ao setor.
Queremos uma estratégia de governo para o agronegócio. É preciso uma coordenação para a agricultura, com vários ministérios trabalhando nesse plano de governo. Todas as questões devem estar empacotadas sob o tema da responsabilidade ambiental.