Maria de Lurdes Rech

Maria de Lurdes Rech

Cotidiano

Professora, pós-graduada em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Maria de Lurdes Rech é autora do livro de crônicas Prosa de Mulher e do CD de crônicas e poemas Amor Maior, vencedora de diversos concursos literários em nível nacional. Membro da Academia Caxiense de Letras. Foi produtora e apresentadora do programa cultural Sábado Livre da rádio Flores FM de 2004 a 2012. Colunista do jornal O Florense desde 2007. Atuou na Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Flores da Cunha, onde coordenou a implantação dos Centros Ocupacionais da cidade. Exerceu a função de diretora e vice-diretora de escolas. Atualmente, realiza o trabalho de pesquisadora no Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi com o projeto Vozes do Tempo.

Contatos

Vozes do Tempo - Parte 7

Seguem alguns dos acontecimentos e curiosidades registradas no projeto Vozes do Tempo, para o deleite dos apreciadores. 

Com o intuito de enriquecer o acervo, damos sequência à pesquisa e coleta de dados por meio de relatos e fatos que possam contribuir para que esteja resguardado e preservado o maior número de informações sobre a história de Flores da Cunha. Aqui, seguem alguns dos acontecimentos e curiosidades registradas no projeto Vozes do Tempo, para o deleite dos apreciadores. 
– Paróquia e Convento dos Freis Capuchinhos: no ano de 1882 os Freis Capuchinhos criaram o Curato de São Pedro Apóstolo, quando a Vila de Nova Trento ainda pertencia a Caxias do Sul, tendo como sacerdote o padre Luiz Centin. Foi transformado em Paróquia por dom João Becker, arcebispo de Porto Alegre em 1916, nomeando frei Geraldo de Gruffy como primeiro pároco oficial. Frei Teófilo de Villares iniciou a construção do Convento Sagrado Coração de Jesus em 8 de dezembro de 1896. Foi inaugurado em 1899. Durante o Século 20, mais de 500 religiosos ali permaneceram para estudos e formação.
– Comércio e profissões na antiga Nova Trento: há registro de funcionamento do Comércio desde 1893, constando 25 estabelecimentos. Em 1889, com 49 estabelecimentos, incluindo casas de negócios com venda de secos e molhados, taverna, botequim, cervejaria, funilaria, sapataria, padaria, curtume, selaria, moinho, ferraria, alfaiataria, casa de pasto, farmácia, casa de gasosa, cargueiros, olarias, açougue, hotel, cartório, marcenaria, tanoaria, funilaria, médico, carpintaria, fábrica de sabão, chapéus de palha, alfaiates, barbeiros, mascates, carroceiros, fábrica de armas, fotógrafos, fábrica de cestas de vime, matadouro, fábrica de café, fábrica de carretas, alambique para graspa, bancos, correio, vinícolas, costureiras, escrivão e tipografia.
– População de Nova Trento em 1913: nessa data ainda pertencíamos a Caxias do Sul como segundo distrito. O povoado contava com 4.502 habitantes, entre os quais, 3.652 nascidos no Brasil, 628 italianos, um alemão e 21 moradores sem declaração de nacionalidade.
– Cinema em Nova Trento: a partir de 1915, Nova Trento passa a contar com sala de cinema que também servia para realizar bailes e festas. O espaço foi fundado pelo fotógrafo italiano Humberto Corinto Zanella e administrado por ele até 1920. Depois ficou aos cuidados dos Freis Capuchinhos. Em 1948, por meio do frei Eugênio Brugalli, o cinema foi adquirido por Orestes Pradella pelo valor de 6 mil cruzeiros. No cinema, a população assistia a filmes de bangue-bangue, os quais eram chamados de ‘a gauchada’ pelos trentinos. Quando os cavalos vinham na direção da tela, a plateia abaixava e escondia-se atrás das cadeiras com medo de que a cavalgada avançasse o espaço do cinema. Mais tarde, a partir de 1968, o cinema ficou sob administração de Hilário Sgarioni, que pagou 35 mil cruzeiros novos pelo bem adquirido. Sgarioni manteve as portas abertas até a década de 1980, período em que os cinemas passaram por crises e muitos fecharam as portas. Inicialmente o espaço era chamado de Cine-Teatro Pró-Trento, após a venda a Orestes Pradella, passou a denominar-se Cine Central. Localizava-se na Rua Borges de Medeiros, em frente à Praça da Bandeira. O espaço físico teve nova construção, reformas e ampliações desde a sua criação.