Maria de Lurdes Rech

Maria de Lurdes Rech

Cotidiano

Professora, pós-graduada em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Maria de Lurdes Rech é autora do livro de crônicas Prosa de Mulher e do CD de crônicas e poemas Amor Maior, vencedora de diversos concursos literários em nível nacional. Membro da Academia Caxiense de Letras. Foi produtora e apresentadora do programa cultural Sábado Livre da rádio Flores FM de 2004 a 2012. Colunista do jornal O Florense desde 2007. Atuou na Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Flores da Cunha, onde coordenou a implantação dos Centros Ocupacionais da cidade. Exerceu a função de diretora e vice-diretora de escolas. Atualmente, realiza o trabalho de pesquisadora no Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi com o projeto Vozes do Tempo.

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Vai rolar a festa

Se por um lado não vai ser possível reunir a família como gostaríamos, sob outro ponto de vista nossas casas estão mais enfeitadas e coloridas internamente

Num momento em que estamos tomados por indefinições e no limite da tolerância, fatos estão sob distintas perspectivas.
As festividades de Natal e Ano Novo serão diferentes; e assim terá de ser. Cada grupo no seu espaço para preservar a quem se ama e aos que se tem a responsabilidade de cuidar: familiares, amigos, vizinhos, outros e tantos mais.
Se por um lado não vai ser possível reunir a família como gostaríamos, sob outro ponto de vista nossas casas estão mais enfeitadas e coloridas internamente. Comerciantes vibram por nunca, na história dos Natais, terem vendido tantos adereços para decoração. O momento é de acolhida e restrições, reflexão e conexão, comidas especiais, bebidas requintadas. Os pacotes? Bem, esses terão promessa de futuras entregas.
Nessas horas aparentemente desertas, fica o convite a todos para agradecer, não lastimar. O maior presente está na garantia e preservação da vida – a nossa e a dos outros –, voltados à esperança de dias bem melhores.
Um ano atípico, em que o presente de Natal mais almejado pelos de bilhões de terráqueos está por vir e, dessa vez, não confeccionado pelo bom velhinho de barba branca e vestes vermelhas, mas pelos renomados e competentes cientistas do mundo.
O alento é de que, em duplas, trios ou quintetos, estaremos brindando a vida, a existência preservada, enquanto a tecnologia vai nos auxiliar a amenizar saudades e distâncias dos afetos numa cruzada de palavras de amor.
E, quando rolar a festa, ao saborear as delícias e iguarias natalinas, o pessimista vai olhar a taça de espumante pela metade e dizer que está quase vazia, enquanto o otimista vai afirmar que está quase cheia. A opção será de cada um, assim como o ponto de vista diante de cada paisagem no quadro da vida que seguirá em 2021.
Almejo que tenhamos um presente e futuro promissores, tão doces quanto reluzentes. Com o final feliz a nós que merecemos o melhor, afinal, assim como o Menino Jesus, fomos escolhidos a dedo pelo Criador. Aquele que se faz presente em toda forma de vida, que soube tão bem pintar de dourado a Estrela de Belém, que veio nos agraciar e fazer companhia às Três Marias e ao Cruzeiro do Sul no último mês do ano que finda. Paixão nunca é à toa. E entre eles, certamente, também rolou a festa.