Maria de Lurdes Rech

Maria de Lurdes Rech

Cotidiano

Professora, pós-graduada em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Maria de Lurdes Rech é autora do livro de crônicas Prosa de Mulher e do CD de crônicas e poemas Amor Maior, vencedora de diversos concursos literários em nível nacional. Membro da Academia Caxiense de Letras. Foi produtora e apresentadora do programa cultural Sábado Livre da rádio Flores FM de 2004 a 2012. Colunista do jornal O Florense desde 2007. Atuou na Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Flores da Cunha, onde coordenou a implantação dos Centros Ocupacionais da cidade. Exerceu a função de diretora e vice-diretora de escolas. Atualmente, realiza o trabalho de pesquisadora no Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi com o projeto Vozes do Tempo.

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Um exemplo de vida

O sorriso da face não esmorece e o zelo pela vida ainda se faz presente

Festejar é poder brindar a vida e permitir sentirmos a alegria de conviver e aprender com outros. Nos últimos dois anos de minha atuação na área do saber aprendi muito por meio do relato de experiências de mais de 70 moradores que construíram a história da cidade. Entre eles, o senhor Albertino Fiorentino, que neste final de semana comemora 100 anos de idade, celebrando com amigos e familiares. Um exemplo e esperança para todos os que almejam sobreviver por tanto tempo e poder curtir os sabores da existência.
Na entrevista realizada no início deste ano, tive a oportunidade de conhecer sua história, que teve início em Nova Pádua. Durante a conversa pude sentir e comprovar o seu carinho pela família, o respeito pela Igreja e amor pelo trabalho na colônia. Contou das idas e vindas diárias à roça, feitas com o pai, os irmãos e a nonna Catarina, que recitava cânticos italianos trazidos na bagagem cultural do país do Velho Mundo, durante a lida com sementes e enxadas, hábito comum entre os imigrantes e primeiros descendentes. 
– Só parávamos de cantar para fazer as refeições –, dizia ele, enquanto se emocionava e olhava para o vazio distante, ao buscar na memória, a imagem e as lembranças de cada um dos personagens que fizeram sua história. 
– A vida era simples e em comunhão. Os padres, especialmente dom Júlio, tinha muito poder sobre os fiéis e nas decisões da comunidade. Lá em casa, éramos uma família pobre e numerosa, mas muito feliz –, afirmou o entrevistado. 
Depois que casou, Albertino veio morar em Flores da Cunha e teve 11 filhos com a esposa Giselmina. Ao viuvar, enamorou-se por mais duas vezes. Hoje, mora com a esposa Jovilde, que o atende com carinho e apreço. Rodeado por filhos, netos, bisnetos, tetranetos e o amor da companheira, o aniversariante vai soprar as 100 velinhas em clima de festa e a certeza de dias cada vez melhores, porque o sorriso da face não esmorece e o zelo pela vida ainda se faz presente. Um exemplo de vida a ser seguido.