Instantes
A vida se constitui do que ocorre a cada instante; é um somatório de construções, destruições e reconstruções
Acredito que cada ser humano, ao chegar à vida terrena, traz consigo uma consciência prévia, determinando escolhas e finalidade de estar e passar por aqui. Viemos dotados e agraciados por inteligências múltiplas, explicitadas por Daniel Goleman (autor de livros que abordam a inteligência), um importante componente que nos abastece para o desenvolvimento de habilidades e competências para efetivos desempenhos. Nascemos aptos a crescer e aprender, encontrar pessoas, trabalhos, calços e percalços. Percorrer diferentes trajetos e circundar destinos
Dispor do mais e do menos em todos os aspectos; e se o menos valer mais, com o desafio de saber discernir, podendo deixar para trás o que não vale a pena.
Somos compostos por um misto que envolve o existir físico, cognitivo, psíquico, social e espiritual. Eles devem estar em equilíbrio e consonância para interações saudáveis. Também nos influencia todo o campo energético que nos entorna, capazes, esses, de adornar ou prejudicar cada contexto.
Todos nós somos, certamente, verdadeiros heróis pelo enfrentamento diário dos desafios que a vida impõe, seja na esfera individual, seja na coletiva. Mas essa tarefa cotidiana pode ser aperfeiçoada, suavizada, enriquecida se estivermos conscientes do que se passa em nosso universo interior, e se tivermos o máximo de clareza e discernimento sobre a realidade externa. Por meio do (auto)conhecimento e da (auto)consciência podemos reconhecer, distinguir, manter ou transformar situações e realidades (internas e externas) com autonomia e supremacia, tanto no âmbito pessoal quanto social e relacional.
A vida se constitui do que ocorre a cada instante; é um somatório de construções, destruições e reconstruções. O que restará, ao final da caminhada, serão as lembranças, na memória afetiva, dos bons momentos, das relações interpessoais positivas, das conquistas e o legado de heranças abstratas, deixadas na linha do tempo.
Mas precisamos ter em mente, sempre, que somos protagonistas efetivos da nossa história: nosso poder de decisão, a cada instante vivido, é que nos permite compor o tom do nosso próprio enredo. O caminho segue como realidade a ser enfrentada pelo que ela é. Cabe a nós a decisão sobre como compreendê-la e como encará-la. Que o façamos, preferencialmente, com entusiasmo, frenesi, força e coragem, sempre altivos, arteiros e matreiros.
Que sejamos adeptos à oração, à meditação, reverenciadas nos espaços mais íntimos. Lá não há paredes. O cenário é individual – pode ser um céu repleto de estrelas – que nos permite as sensações mais incríveis, quando imersos na solicitude para reflexões e autoconhecimento.