Maria de Lurdes Rech

Maria de Lurdes Rech

Cotidiano

Professora, pós-graduada em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Maria de Lurdes Rech é autora do livro de crônicas Prosa de Mulher e do CD de crônicas e poemas Amor Maior, vencedora de diversos concursos literários em nível nacional. Membro da Academia Caxiense de Letras. Foi produtora e apresentadora do programa cultural Sábado Livre da rádio Flores FM de 2004 a 2012. Colunista do jornal O Florense desde 2007. Atuou na Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Flores da Cunha, onde coordenou a implantação dos Centros Ocupacionais da cidade. Exerceu a função de diretora e vice-diretora de escolas. Atualmente, realiza o trabalho de pesquisadora no Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi com o projeto Vozes do Tempo.

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Coral de trezentas vozes na Fenavindima

Em 1990 o desfile da nossa festa maior transcorreu ao longo da Avenida 25 de Julho e um dos destaques foi a participação do Coral Trezentas vozes

Tomada por saudosismos, ainda recordo que foi trabalhoso, mas o prazer do resultado positivo compensou todo e qualquer esforço, eminente, elevado a cada passo dado ao longo dos desfiles ocorridos na VII edição da grande festa.
Em 1990 o desfile da nossa festa maior transcorreu ao longo da Avenida 25 de Julho e um dos destaques foi a participação do Coral Trezentas vozes. Naquele ano, a equipe da Secretaria Municipal de Educação decidiu fazer parte do corso alegórico, como forma de promover maior integração e interação entre escolas e Fenavindima. A proposta de participação foi a contento dos envolvidos na ação e, na corrida contra o tempo, foi formado o grupo com cerca de trezentas crianças e adolescentes de escolas das redes municipal e estadual de ensino. Na ocasião, o maestro Felix Slaviero, apaixonado pela música e por sua terra natal, prontamente aderiu a ideia e os ensaios iniciaram na última semana de dezembro de 1989. À frente da atividade estiveram as professoras Dude Rech e Adriana Bulla, responsáveis pelo planejamento e execução do projeto, que, por sinal surtiu bom efeito.
Foi um coral de muitas vozes e várias mãos, quando pais se disponibilizaram e permitiram que seus filhos de cinco a quinze anos, integrassem o grupo de cantoria. As vestes, com as cores da Itália, precisavam ser leves e com preço acessível, bem como de tamanhos padronizados por idades, já que o contingente de crianças não nos permitia individualizar tamanhos. Foi quando adquirimos tecidos em algodão em peças inteiras, nas cores branco, verde e vermelho. As costureiras foram Lady Berton Lanzarin e Joseane Lanzarin, que prontamente se dispuseram a colaborar e aceitar o desafio.
Os pequenos cantores foram transportados de ônibus desde seus bairros até um ponto de encontro, e após o desfile, levados de volta ou apanhados e acolhidos por seus pais que demonstraram interesse e senso de coletividade.
Ao longo da Avenida 25 de Julho, que já foi Rua Parobé, vozes se mesclaram aos aplausos, enquanto versos memoravam a bela Flores da Cunha. E lá se foram as cores da Itália e da Bandeira do Município, representados nas vestes de algodão dos trajes coloridos, num movimento contínuo e crescente, que acalorava expectadores entoando concomitantemente o enredo.
Naquela edição da festa também foi dado destaque à produção de 100 mil toneladas de uva em Flores da Cunha, motivo de orgulho e comemorações, pois quando a colônia vai bem a cidade anda em padrão crescente.
E para não ficarmos ao relento do tempo, nos desfiles da XIV Fenavindima, teremos a representação de gente sonhadora e batalhadora, alimentada pela esperança de chegar a um país totalmente imaginário, il Paese Della Cucaggna.
Assim, seguem histórias de vida que se mesclam aos fatos de uma bela cidade, a nossa Flores da Cunha.