Maria de Lurdes Rech

Maria de Lurdes Rech

Cotidiano

Professora, pós-graduada em Métodos e Técnicas de Ensino pela Universidade de Caxias do Sul (UCS), Maria de Lurdes Rech é autora do livro de crônicas Prosa de Mulher e do CD de crônicas e poemas Amor Maior, vencedora de diversos concursos literários em nível nacional. Membro da Academia Caxiense de Letras. Foi produtora e apresentadora do programa cultural Sábado Livre da rádio Flores FM de 2004 a 2012. Colunista do jornal O Florense desde 2007. Atuou na Secretaria de Educação, Cultura e Desporto de Flores da Cunha, onde coordenou a implantação dos Centros Ocupacionais da cidade. Exerceu a função de diretora e vice-diretora de escolas. Atualmente, realiza o trabalho de pesquisadora no Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi com o projeto Vozes do Tempo.

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Atrocidades

Seguidamente temos visto por meio da mídia casos de ofensas e agressões desferidas contra professores.

Seguidamente temos visto por meio da mídia casos de ofensas e agressões desferidas contra professores. Um dos fatos mais recentes ocorreu na capital gaúcha, onde uma docente de 59 anos teve vários dentes quebrados sem que nada a protegesse. O motivo? A exigência da educadora para que o aluno adentrasse na aula em horário normatizado, conforme legislação vigente.
Pertencemos a uma classe que persiste, acredita e gosta do que faz. Pessoas que têm apreço por gente, seres que têm o dom de colocar a mão no ombro, olhos nos olhos e palavras na alma e mente dos que estão abertos à escuta.
Pressupõe-se que aluno e familiares tenham consciência das obrigações para a frequência à escola: horário, assiduidade, estudo e respeito. Percebe-se que esse último quase inexiste. E o desejo pelo saber e aprendizado sentido em pequena escala, tanto que há mais de 1,95 milhão de crianças e jovens entre 4 e 17 anos fora da escola, e 11,5 milhões de analfabetos no país, situação que comprova os desajustes.
Além disso, uma deputada eleita em Santa Catarina sugeriu que professores devem ser vigiados e filmados por câmeras de celulares e denunciados, quando na percepção do aluno, o conteúdo esteja incitando para a prática de manifestações ideológicas.
Convém ressaltar que diante de qualquer situação adversa, há direção de escola para intervir e o que esta deputada eleita não sabe, é que existe lei específica que proíbe uso de celulares em sala de aula. Formar cidadão inclui despertar senso crítico, discernimento e isso, por vezes, envolve análise das teorias de sociólogos e filósofos, o que não significa a prática de manifestações político-partidárias.
Professores são habilitados e qualificados através de estudos em muitas disciplinas, mas nenhuma delas que os prepare para serem verbalmente ou fisicamente agredidos, tampouco atuarem mediante desautorizações subscritas por políticos, com orientações que venham gerar a soberba dos que ainda estão em formação ou afetar negativamente a rotina da sala de aula.
Atrocidades aos quatro cantos, por violência e obscurantismos que prejudiquem a autonomia didática e legislações que nos façam retroceder, não é o que o quadro educacional necessita na atual conjuntura. Precisamos, sim, de paternidade e maternidade conscientes, pais presentes, alunos interessados e participativos, liberdade de expressão, educadores fortalecidos e valorizados, especialmente pelos poderes constituídos e por aqueles que buscam sua formação através da escolarização.