A lei da vida
Ao produzir um texto, adentramos em universos interiores plenos, que somente a nós é permitido
Após um longo período sem escrever algo mais intimista, diante do computador repleto de escritos produzidos há mais tempo, um deles mexeu comigo. Inicialmente achei que não havia sido eu a escrevê-lo. Assim acontece, por algumas vezes, quando releio algo de minha autoria.
Ao produzir um texto, adentramos em universos interiores plenos, que somente a nós é permitido. Assim, nos deparamos com nossas verdades, dúvidas, angústias, realizações, buscas, desencontros, e o encontro com o espelho que contém o verdadeiro sentido da vida, com projetos, sonhos e realidades.
Cada etapa da existência tem seus encantos e desencantos, vantagens e desvantagens. Cada uma delas nos desafia de diferentes maneiras e isso nos leva a crescimentos, derrotas ou ambas, pois uma vitória pode implicar em derrotas e vice-versa. Não há receitas, manuais ou mapas que possam definir qual o melhor caminho, melhor jeito, melhor momento para escolhas, apenas probabilidades.
Atrás da cortina da vida sempre pode haver surpresas, embora possamos lidar com as tendências e prognósticos. Resultados, consequências, avaliações sempre virão depois, mais tarde, após o trajeto percorrido.
Quanto ao texto que menciono na primeira linha, em que, por momentos fui leitora de mim mesma, este fala sobre distância, as muitas formas de senti-la. Distância das pessoas por espaços, por ausências, por falta de tempo, por indiferenças, por mágoas, por descasos, por escolhas, por necessidade. Distâncias que não encurtam caminhos e nos fazem sofrer.
Espaço e tempo, jamais dissociados, apenas percorridos. Vida que segue, fila que anda, rio que corre. Clichês para mostrar que precisamos ser resilientes, sem deixar nos abater, mesmo pelas distâncias daqueles que tanto amamos. É a lei da vida.