A fotografia em Nova Trento
Umberto Corintho Zanella – esse é protagonista do enredo que fez história na antiga vila Nova Trento
A primeira fotografia produzida no mundo é uma imagem de 1826 revelada pelo francês Joseph Nicéphore Niépce, feita com uma câmera e exigidas cerca de oito horas de exposição à luz solar. A descoberta da fotografia envolveu muitos outros alquimistas no mundo do domínio da fotoquímica.
Umberto Corintho Zanella – esse é protagonista do enredo que fez história na antiga vila Nova Trento, hoje, Flores da Cunha.
Umberto emigrou para o Brasil em 1897, juntamente com os pais Victório e Lucinda, estabelecendo-se na Vila Santa Teresa de Caxias, onde montou seu estúdio fotográfico em 1905. O jovem possuía formação acadêmica, tocava instrumentos musicais, gostava de ópera, literatura e fotografia.
Em 1911, Umberto, o “Tirador de Retratos”, nascido em Roma no ano de 1858, chegou a Nova Trento com a esposa Maria Rosa Sguinzani, que usava roupas claras, chapéus e sombrinha em dias de sol. Ela era conhecida na vila como L´americana, por sua beleza e elegância.
O casal e os seis filhos mudaram-se para Nova Trento em função de que, aqui não havia concorrentes no ramo em que atuava, enquanto que Caxias já possuía cinco outros fotógrafos.
Aqui, Umberto foi sócio do fotógrafo Virgílio Tamagnone, casado com Angelina Ciocheta. Posteriormente, ao desfazer a sociedade, abriu seu ateliê que passou a chamar-se “Humberto C. Zanella – Photógrapho”, permanecendo em Nova Trento de dezembro de 1911 a 1920, quando retornou com a família para Caxias. No mesmo ano, mudou-se para São Leopoldo, exercendo a atividade com auxílio da filha Mercedes. Faleceu em 1957, aos 79 anos de idade.
Em Nova Trento, fez parte da Banda Garibaldi, criou o Jornal O Vigilante, juntamente com o comerciante e autodidata Anselmo Carpeggiani Sobrinho. Umberto também foi um dos fundadores do antigo cinema, que funcionou até meados dos anos 1980, na Rua Borges de Medeiros, em frente à Praça da Bandeira, na ocasião, pertencente ao Sr. Hilário Sgarioni.
Com seu cavalo percorria o interior, retratando pessoas, famílias, paisagens, abrangendo várias arestas da vida e do cotidiano dos moradores, arquivando e perpetuando momentos.
Alguns retratos com seu logotipo fazem parte do acervo do Museu e Arquivo Histórico Pedro Rossi. Imagens registradas em materiais de qualidade e requinte, geralmente importados da Alemanha.
Um brinde à arte de fotografar. Nosso agradecimento ao ativista cultural, visionário e competente ao saber fazer, que por quase uma década se fez presente em nossas terras. A ele nossa homenagem e gratidão.