‘O Menino da Terra do Sol
Deixaste tua marca nas tantas lidas e nos encontros de escritores.
Flávio Luiz Ferrarini, há cerca de um mês o sol brilhou e brindou ao te receber lá no alto dos céus, mas aqui ainda sentimos e lastimamos tua ausência. No início do mês de maio tive o privilégio de estar presente no lançamento do teu último livro, O Menino da Terra do Sol. Encontro ímpar de admiradores que lá estiveram para te cumprimentar e prestigiar. Nessa festa maravilhosa pudemos te abraçar, parabenizar, confraternizar e, claramente, perceber quanta alegria, emoção e satisfação te tomaram conta por estares rodeado de pessoas sintonizadas com teu fazer literário. O que nós não sabíamos é que também era a festa da despedida.Em muitas oportunidades estive contigo em eventos cujo motivo era os livros e a arte de escrever. Neles sempre afirmavas que tinha necessidade de escrever e amava o que fazia. Preferias escrever a ter que falar. Lembravas a primeira redação que fizeste na escola e do elogio e incentivo da professora que foram decisivos para que continuasses a escrever.
Nas entrevistas, encontros e bate-papos sobre literatura, nos lançamentos de livros, nas Feiras do Livro, sempre tive o privilégio de poder contar contigo, um companheiro amigo e parceiro de ideias. Simples, sorridente, te dizias tímido e trocavas de cor quando tinhas que ser o primeiro a se manifestar em público. Talvez eu nunca tenha dito, mas sentia-me mais segura quando te via chegar para dar apoio aos nossos eventos literários.
A consternação foi coletiva, mas o motivo único, não somente do nosso povo, mas de todos os que te conheceram. Repentinamente, foste retirado do nosso convívio; Flávio pai, irmão, filho, companheiro, poeta, cronista, contista, publicitário e, acima de tudo um grande ser humano dotado de sensibilidades e querido por todos.
Hoje, neste espaço onde, semanalmente te deleitavas, não queremos página em branco, mas sim, ocupá-la para te homenagear, agradecer pelo legado e almejar que, de onde estiveres, saibas que teus leitores sentem saudades, mesmo que estejas eternizado pelos teus 26 livros publicados.
Deixaste tua marca nas tantas lidas e nos encontros de escritores. Neles, ao meu lado e de outros colegas, sei que uma cadeira estará vazia. Um lugar e um espaço que era ocupado por um menino afável, simples, modesto e grande moldador de palavras.
Espero que lá no alto das montanhas divinas tenhas encontrado a inspiração e paz necessária para compor versos de muitas poesias, especialmente as que serão cantadas e musicadas por anjos com suas harpas multicores, reverenciando O Menino da Terra do Sol.