Conselho de Ética, formado pelos próprios deputados da Câmara, absolveu e evitou a cassação do deputado Edmar Moreira (MG) acusado de ter gastos suntuosos com um castelo sem prestar contas no Senado.

Em meio à crise institucional quase sem precedentes da história do Senado, a Câmara dos Deputados votou a favor a um dos deputados mais denunciados no último período por corrupção. Edmar Moreira (sem partido), que foi acusado de gastar cerca de R$ 25 milhões no interior de Minas com um castelo sem prestar contas públicas teve o pedido de cassação na Câmara cancelado pelo Conselho de Ética. No lugar da cassação será avaliada uma pena alternativa que irá manter Edmar Moreira em seu cargo! O deputado Hugo Leal (PSC-RJ) deverá fazer um parecer no Conselho de Ética propondo que Edmar Moreira tenha apenas a perda das prerrogativas do mandato, não podendo presidir mais comissões, e não podendo mais ser relator de projetos, e discursar no plenário. O defensor desta medida é Moreira Mendes (PPS-RO) que defende que a pena de Moreira deve ser definida contra o uso irregular de verbas e não contra ato em benefício próprio, ato este que poderia ser punido com cassação. A tentativa de manter Moreira como deputado federal está na tentativa de manter o cargo desde antes das eleições para que possa concorrer. A contenção da crise de Edmar Moreira, ex-DEM, que perdeu inclusive o apoio do partido em sua crise e que agora é descaradamente isento de qualquer punição também é uma clara tentativa de não fazer com que a cassação de um deputado na Câmara incentivasse a deposição do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) em sua maior crise institucional.