Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

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Uma festa.. Misteriosa

A Ascensão é a festa mais admirável de qualquer outra, pois é o epílogo triunfal da vida do Filho de Deus que se tornou – por amor ao Pai e às criaturas Dele, Servo sofredor (cf Is 53) mas é também a mais difícil.

O Espírito Santo virá sobre ti – disse o Anjo a Maria – e o poder do Altíssimo vai te cobrir com sua sombra, por isso o Santo que de ti nascer será chamado Filho de Deus (Lc 1,35). O Filho de Deus nasceu numa estrebaria, ficou no maior silêncio por 30 anos, revelou que Deus é um Pai bondoso, enfrentou a paixão e a morte. Ressuscitou e ascendeu ao céu.
A Ascensão é a festa mais admirável de qualquer outra, pois é o epílogo triunfal da vida do Filho de Deus que se tornou – por amor ao Pai e às criaturas Dele, Servo sofredor (cf Is 53) mas é também a mais difícil. Como entender que o Senhor se separe da Terra, se eleve e desapareça no céu? O Natal é a festa da ternura; encanta e emociona. A Páscoa é exultação, é glória! Mas como entender que “foi elevado à vista deles e uma nuvem o ocultou aos seus olhos” (At.9)? 
Antes de tudo é claro que o céu não é o espaço lá em cima, além das estrelas! Por céu queremos significar, com Jesus, a participação plena na vida de Deus: “Uma relação nova entre o Criador e a criatura, numa total transparência, livre dos limites da condição terrena”. A inteligência não alcança e a fantasia não presta. Precisa-se de fé. Mas, atenção! Fé não significa aqui a capacidade de ter confiança própria da criatura humana. É dom de Deus para quem nasceu de novo, como explica Jesus a Nicodemos: “O que nasceu da carne é carne, o que nasceu do Espírito é espírito... Vós deveis nascer de novo” (Jo 3,6) para poder entrar no reino de Deus. Espiritual é a vida cristã, a vida redimida por Cristo.
O apóstolo São Paulo, na sua 1ª carta aos Coríntios, cap. 2, ajuda a entender melhor o que Jesus disse: a criatura humana inteira, corpo e alma, interior e exterior, comer e beber, ciência, cultura, ética, amor humano... Tudo isso é carne. E tudo precisa tornar-se espiritual: coração, intelecto, vontade, trabalho, ação, tudo! O homem (e a mulher) espiritual é um mistério que leva em si um princípio de vida que nasce de Deus; nasce em Cristo, pelo Espírito Santo.
Cristão de verdade é quem renova em si a existência de Cristo: quem aceita e deseja ser ramo da videira divina (Jo 15, 1). Pensar e meditar Nele não basta.  Precisamos desejar seu Espírito para que Ele molde nossa vida em conformidade com a Dele num processo de conversão contínua. Isto já demonstra que Ele nos deu o dom da Fé. 
A Ascensão é a realização da promessa de Jesus de permanecer com os seus (Jo 14, 11,26, 28). A exaltação de Jesus não é afastamento; ao contrário, é ser constituído na plenitude de sua realeza e senhorio. Os atos dos apóstolos começam com a Ascensão para dar segurança que Jesus estava aí, no meio deles. Não como antes, mas neles, pelo seu Espírito. No Espírito, presente em todos, Jesus está vivo em nós e nós vivos Nele. Nós somos sua plenitude, por isso a Ascensão garante que nossa vida não termina sobre a Terra, mas é passagem rumo ao céu. Sejamos sinceros: vale a pena amar Aquele que tanto nos amou.