Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

Contatos

Um Pai cujo nome é Misericórdia

Deus não pode negar-se a si mesmo

Depois de descrever a desventura do filho mais novo, a parábola passa a falar do pai acentuando que, quando o filho “ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o e cobriu-o de beijos”. A parábola repete uma das constantes de toda a Sagrada Escritura: Deus vem ao encontro do homem pecador, de coração contrito e humilde. E não poderia ser diferente. Pois, como poderia um Pai não correr ao encontro de um filho desventurado que humildemente retorna para sua casa? Como não abraçar e não beijar com amor visceral, com afeto irresistível, sua própria cria, sua criança, seu filho? Por isso, diz o papa Francisco: “Misericórdia é a atitude divina que abraça, é o doar-se de Deus que acolhe, que se dedica a perdoar”. Deus não pode negar-se a si mesmo (cfr. 2 Tm 2, 13). Não pode não nos amar, pois não nos amar seria ir contra sua própria essência, sua necessidade mais visceral, uma vez que Deus é amor. “Você pode renegar a Deus, você pode pecar contra Ele, mas Deus não poderá renegar-se a si próprio, Ele permanece fiel”, diz o mesmo papa. 
A misericórdia, o abraço e os beijos do Pai testemunham assim, a mesma loucura e fraqueza de Cristo na Cruz, o ‘Rosto da Misericórdia’. Uma fraqueza que cria e recria. Ao perdoar o filho, o pai o cria de novo devolvendo-lhe a semelhança divina que havia usurpado e esbanjado, restituindo-lhe a dignidade de filho querido e não de empregado ou servo. 
Há uma constante no Evangelho. Aqueles que se consideram a si mesmos ‘justos’, ‘homens de bem’, os (falsos) moralistas – chamados por Jesus de ‘hipócritas’ – isto é, todos nós, têm e temos, uma dificuldade enorme de aceitar que os ‘pecadores’, os ‘corruptos’, os ‘perdidos’ possam se converter; todos, nós e eles temos um zelo, que no fundo oculta uma inveja para com a bondade de Deus, julgando que “misericórdia demais” para com esta gente equivale à injustiça, à condescendência com o pecado. Assim, o aparente zelo pela lei e pela moral esconde a incapacidade de compreender a jovialidade e a gratuidade do amor de Deus, a boa nova da sua misericórdia. Daí a decisão do papa de proclamar 2016 como ano do ‘Jubileu Extraordinário da Misericórdia’ a fim de que aprendamos a ser “misericordiosos como nosso Pai é misericordioso”. (Pistas Homilético-Franciscanas – Frei Dorvalino Fassini)