Fruto de profundos conhecimentos, unidos à experiência, iluminados pela presença do Espírito Santo, e tão agradável na leitura, só pode ajudar não só os consagrados, mas todo cristão.

Atraente, agradável, encantador, foi publicado um livro simplesmente genial. Atraente pela capa que faz pensar as promessas da primavera e a doçura outonal dos frutos maduros; agradável à leitura que corre como as águas límpidas de um regato tranquilo; encantador porque trata de maneira simples e fluída as realidades mais importantes da vida humana; ou melhor, da vida divina... Para sermos mais exatos... Da vida humano-divina, da nossa ‘vida cristã’.
O livro escrito pelo frei Sergio M. Dal Moro, Frei Bernardo – Para além dos horizontes é um verdadeiro presente. É romance, com seu suspense. É um romance realista. Os diálogos espontâneos “sobre a formação para a vida consagrada, com acento no acompanhamento personalizado”, tornam acessível, interessante e até gostosa uma matéria que – em si – é muito séria. A importância e os meios para conhecer-se a si mesmo, a necessidade de um acompanhamento espiritual são exigência que nascem da vida e as motivações aparecem claras e atraentes. Assim, as verdades da fé, as exigências que dela nascem, são tratadas com tão grande evidência e naturalidade pelo comportamento das personagens que penetram e convencem sem fadiga nenhuma.
Um livro assim, fruto de profundos conhecimentos, unidos à experiência, iluminados pela presença do Espírito Santo, e tão agradável na leitura, só pode ajudar não só os consagrados, mas todo cristão. Vida cristã, de fato, é conhecer e seguir o que Cristo diz no Evangelho. Precisa então conseguir domínio sobre as tendências da natureza, que precisam de ordem e equilíbrio. Precisa conseguir desapego do próprio ‘EU’, mas qual é a resposta mais comum a quem questiona sobre estas exigências? “Ah! Tudo bem... Mas eu sou um ser humano!”.
Com certeza, somos seres humanos, mas veio Deus sobre a terra, na pessoa de Jesus ‘Verbo Encarnado’ e, com Ele, veio o Espírito Santo... Como Jesus diz a Nicodemos quando explica a necessidade de nascer de novo (Jo 3,5-6): “O que vem da carne é carne...”. É a criatura humana no seu EU orgulhoso: para nascer de novo precisa o batismo na água e no espírito e precisa conhecer e amar Jesus com fidelidade e perseverança para que suas virtudes vençam todos as tendências viciosas da nossa natureza ferida.  
O Concílio Vaticano II evidenciou isso e no capítulo 5º fala da vocação universal à santidade. A santidade não é privilégio dos chamados à vida religiosa, é dom de amor de Deus que quer todas as criaturas humanas tornarem-se filhas no Filho.