O santo é conhecido por muitas qualidades: defensor da natureza, amante da pobreza, compadecido dos leprosos... Mas ele não nasceu assim

Hoje – 4 de outubro – celebramos a Festa de São Francisco de Assis. O santo é conhecido por muitas qualidades: defensor da natureza, amante da pobreza, compadecido dos leprosos... Mas ele não nasceu assim, foi uma pessoa dominada por muitos vícios e medos, que buscava em primeiro lugar sua própria satisfação conforto e prazer. Até que um dia teve um encontro pessoal e intrasferível com o Senhor do Universo e a partir daí tudo lhe pareceu pequeno demais. Inundado pelo amor de Deus despojou-se de si mesmo, de suas ideias e ideais e sem seguir nenhuma ideologia ou filosofia de vida imitou o Cristo com tanta dedicação, empenho e autenticidade com amor até transforma-se eu outro Cristo. 
“Quem é Francisco”: para o Papa Bento XVI significa “entrar no contexto da tradição cristã”; entrar “na sua personalidade” e na “de seu tempo”. O Papa mesmo se faz esta pergunta: “Donde saiu este santo?” A resposta é imediata: “Francisco não era só um ambientalista ou um pacifista. Era sobretudo um homem convertido. Em Francisco tudo teve seu início com a conversão. Assentando-se no exemplo de Jesus, se despojou todo (Cf. Fl 2,7) e desposando a Senhora Pobreza tornou-se testemunha e arauto do Pai do céu”. 
Francisco, antes da conversão era uma espécie de “play boi”. Sentiu, então, que aquilo não lhe era suficiente. Ouviu a voz do Senhor: “Reconstrói a minha casa”. Pouco a pouco foi compreendendo que isto significava a Casa do Senhor”... Me parece ser esta a nossa missão, por vezes difícil, mas no fim das contas, muito bela: “construir a Casa de Deus” no mundo de hoje.
Para o Papa Bento, Francisco de grande convertido torna-se um grande enamorado de Cristo. Ao Pai dos pobres de Assis, o Papa Bento aplica muito oportunamente algumas expressões que o Apóstolo Paulo aplica a si mesmo e que a liturgia repropõe no dia 4 de outubro, solenidade do Santo seráfico: “Estou crucificado com Cristo, não sou mais eu que vivo, mas Cristo vive em mim. E esta vida que eu vivo no corpo, a vivo na fé do Filho de Deus que me tem amado e se entregou por mim” (Gl 2,19-20).
Por ser um homem convertido, Francisco era também um penitente. Ele mesmo, como que a sintetizar com uma única palavra sua caminhada interior, não encontrou outra mais expressiva do que “penitência”: “O Senhor deu a mim, frei Francisco, fazer penitência assim ...” (Test. 1). Ele se compreendeu, essencialmente como um “penitente” em estado, por assim dizer, de conversão permanente. “Abandonando-se à ação do Espírito Santo, Francisco se converteu sempre mais a Cristo, transformando-se numa imagem viva dele, sobre os caminhos da pobreza, da caridade e da missão”.
(Texto que está na orelha da capa do livro “Benedetto XVI e San Francesco”, a cura de Gianfranco Griecco, Libreria editirce Vaticana, 2011. )
Peçamos ao Santo de Assis e de todo o mundo que nos ajude a ter coragem de nos despojarmos a nós para vivermos somo ele viveu: realizando somente a santa vontade de Deus!