Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

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Recordações, com afeto

A criatura humana traz no íntimo de seu ser a imagem de Deus.

No final de outubro de 1981 as cinco Irmãs Clarissas Capuchinhas vindas da Itália, mais a irmã brasileira vocacionada para a vida contemplativa, chegaram de Caxias do Sul para viver no Mosteiro construído para elas em Flores da Cunha. O Mosteiro ainda não estava completamente acabado e havia uma larga brecha no muro da Rua Bento Gonçalves. Foi aí que, numa tarde, se enquadrou a figura alta e simpática do senhor Raymundo Paviani, vindo conhecer as irmãs junto de sua esposa Esmerilda, da filha, irmã Isaura, e dos filhos Nestor e Aldo, e de Luís com a esposa Ieda.
O senhor Raymundo era Terciário Franciscano; a sua filha era carlista: estabeleceu-se uma corrente de compreensão e simpatia que fez as irmãs sentirem-se bem à vontade na nova terra. De fato o senhor Raymundo era não somente um amigo compreensivo, afetuoso e disponível, mas bem competente e pronto para ajudar. Foi ele que desenhou e ajudou a construir a Capelinha São José em que foi sepultada nossa irmã Giacínta; que projetou o campanário para colocar o sino de origem francesa, presente de nossos Freis Capuchinhos. Foi ele que deu orientações acerca da gruta onde colocar as imagens de Nossa Senhora de Lourdes e de Santa Bernadete. O senhor Raymundo era sempre disponível e dava segurança em qualquer dificuldade.
Quando apareceu seu livro de recordações, lemos tudo com muito interesse, com emoção, com admiração. Que figura bela, clara, simpática. Que amor para a verdade... Garantia de humildade! Quanta simplicidade e determinação. Entra aqui o merecimento da sua mãe que soube dar-lhe exemplos e princípios... Entra a importância da família unida e atenta. Realidade necessária à educação. Educar: palavra que vem do latim ex + ducere, conduzir para fora... Conduzir para fora, ou seja, fazer aparecer o que já está na criatura humana, obra prima de Deus, criador e Pai!
A criatura humana traz no íntimo de seu ser a imagem de Deus. Ela é capaz de conhecer e amar seu Criador; ela tem uma zona interior de solidão que é o lugar de encontro com Aquele que é o Absoluto e Transcendente. Por sua interioridade – diz um teólogo – é superior ao universo inteiro. A essa profundidade retorna quando entra em seu coração onde a aguarda Deus que perscruta os corações e onde a criatura, sob o olhar de Deus, decide seu próprio destino. “É nesta faixa de solidão que Deus espera-nos para o diálogo, para fazer-nos participar de sua vida e para plenificar e dar base às altas energias da criatura humana.” Bem, de acordo com o doutor Jayme, concluímos que essas recordações do livro Recordações com afeto merecem ser lidas com atenção... Com afeto... Com gratidão!