O Espírito Santo, contudo, é aquela força criadora que, como diz a Bíblia, pairava sobre as águas suscitando a vida.

“Os homens de todos os tempos tiveram necessidade da esperança. Hoje têm mais necessidade ainda porque o materialismo pelo qual estamos sendo dominados é o verdadeiro inimigo da esperança. São Paulo diz isso abertamente. Diz que a tribulação gera a esperança e que esta não deixa frustração porque tem a garantia do Espírito Santo. Para viver temos necessidade de esperança como de oxigênio.”
Estando assim as coisas... Temos necessidade de conhecer, amar, invocar o Espírito Santo. Ele é, de fato, o grande mistério: não cai sob nossos sentidos... Podemos falar dele somente por símbolos. Jesus, falando com Nicodemos (Jo 3,8) compara-o ao vento que sopra onde quer. Também aparece como fogo (Ap 2,3), é comparado à água (Jo 7,37), ao óleo... O Espírito Santo, contudo, é aquela força criadora que, como diz a Bíblia, pairava sobre as águas suscitando a vida. Não uma força qualquer (um grande cientista confirma fazendo esta comparação ao falar da criação: imaginem um imenso espaço onde se encontram, em grande confusão, os pedaços de um Boeing 747; chega um vento fortíssimo e o Boeing está pronto para voar!!!).
O Espírito Santo, como a Bíblia O vem revelando, é o Mistério Divino que se reconhece pelos frutos. São Paulo os enumera na Carta aos Gálatas (5,22): amor, alegria, paz, longanimidade, bondade, fidelidade, mansidão e autodomínio; e pelos dons: sabedoria, entendimento, ciência, conselho, fortaleza, piedade e temor de Deus. O Dom por excelência é Jesus, o Filho de Deus, o Verbo feito carne, nascido da Virgem Maria por obra do Espírito Santo e confiado a José, o esposo virgem de Maria: pai e mãe especiais com um Filho que é o Verbo Encarnado nascido por obra do Espírito Santo.
José é pai não porque nas veias do seu Filho corre seu sangue, mas porque este mesmo Espírito anima sua vida, esclarece sua mente, faz arder seu coração. “Podemos imaginá-lo tomando Jesus nos braços, brincando com Ele e cobrindo-o de carícias que eram, ao mesmo tempo, adoração e testemunho da mais doce ternura”. Uma família perfeita, pois aí reinava o desejo de fazer a vontade de Deus, e os corações enriquecidos pelos dons do Espírito Santo estavam abertos para dar e receber. A serenidade da paz e uma profunda alegria eram a atmosfera da Família de Nazaré: saboreava-se ali a presença do Espírito Santo. No dia a dia precisamos aceitar pontos de referência, como, por exemplo, termômetro, quilograma, metro. Também na vida do Espírito precisamos de pontos de referência para saber se estamos vivendo segundo o Espírito ou segundo a carne (Gl 5,13-22) e o ponto de referência é o Senhor Jesus Cristo, fruto do Espírito e doador do Espírito (Jo 16,7; 20,22).