Os santos são os que escolhem prudentemente cada passo de seu caminhar
É preciso prudência para viver qualquer virtude, inclusive a pureza
“Dez virgens saíram ao encontro do noivo”. As virgens simbolizam os cristãos que saem ao encontro de Jesus Cristo depois que ele os encontrou no sacramento do batismo, pois ele lava toda a impureza, a ponto de podermos ser chamados de “virgens”, independentemente dos pecados anteriores, estão virgens para o Senhor e encaminham-se para a festa da pátria eterna. Como não somos mais batizados na idade adulta, como no início do cristianismo, o sacramento da confissão também tem o poder de nos lavar e purificar de toda impureza. Mas é preciso prudência no modo de ser e agir para permanecer no estado de graça. Segundo Aristóteles, a prudência é a reta razão do agir, isto é, o conhecimento certo sobre a realidade que estamos dispostos a pôr em prática. Essa virtude nos afasta de uma espécie de “moral do dever”, que não é a moral cristã. A questão não é o que “eu devo” fazer em cada momento, pois isso é secundário, Deus é liberdade e nesta liberdade devemos escolher o que está de acordo com a verdade conhecida/ experenciada, ou seja, aprender com experiências passadas e não repetir os mesmos erros. E pensar objetivamente, pedir conselho; pensar com calma, refletir, e por fim, decidir-se: a indecisão, além da perda de tempo, nos leva a cometer muitas imprudências. Além de ser prudente, é conveniente ser bondoso. Observar as circunstâncias do tempo e do momento e julgar a melhor maneira de agir é ser cauteloso, isto é, conjugar a bondade com a prudência. Agir, não de modo despreparado, mas com cautela, cuidando por evitar um mal, isto significa, novamente, conjugar a bondade com a prudência. Cultivar disposição e prontidão para resolver as situações urgentes, capacidade de tomar providências. É preciso prudência para viver qualquer virtude, inclusive a pureza. Não pode ser casto, nem estar com o noivo (Jesus) quem não é prudente. Quanto à pureza de alma e de corpo, não existem pessoas fortes ou fracas, mas prudentes e imprudentes. Na parábola das dez virgens, prudente é ter não somente luz, mas ter combustível. Na Escritura, o azeite simboliza o Espírito Santo, com o qual somos ungidos no batismo, na crisma, na ordenação e na unção dos enfermos. Você reza ao Espírito Santo todos os dias? Procura viver uma vida no Espírito para não expulsar a graça da sua alma? Deseja que a sua mente domine o seu corpo? Você luta para conseguir o autodomínio ou se entrega aos prazeres facilmente? Para ser e manter-se uma pessoa espiritual, há que se esforçar para ter o Espírito Santo. Desta maneira, teremos sempre o combustível das virgens prudentes e nós mesmos seremos parte desses cristãos prudentes, que são os santos.