Deus é mistério insondável, bem maior que nossa cabeça!

“Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, ao Deus que é, que era e que vem.” De volta ao ‘tempo comum’, após todas as celebrações pascais, celebramos a festa de nosso Deus. Ele é único, não há outro; mas Ele se revela como Pai, como Filho e como Espírito Santo. É um mistério de comunhão divina: três pessoas, mas um só e único Deus!
Deus é mistério insondável, bem maior que nossa cabeça! Podemos lembrar o célebre e revelador sonho de Santo Agostinho: caminhava na praia deserta, contemplava o mar e o céu e meditava no Mistério da Trindade Santa. Ao longe, avistou um menino que com um balde de madeira ia até a água do mar, enchia-o e voltava para despejar a água num pequenino buraco na areia. Santo Agostinho, perplexo e curioso, perguntou ao menino: “O que você está fazendo?”. O menino calmamente olhou para Santo Agostinho e respondeu: “Vou colocar toda água do mar nesse buraco”. Santo Agostinho sorriu e retrucou: “Isso é impossível, garoto. Observe quanta água existe no oceano e você quer colocá-la toda nesse diminuto buraco”. Mais uma vez o menino olhou para Santo Agostinho e de forma ríspida e corajosa disse: “Em verdade vos digo: é mais fácil colocar toda a água do oceano nesse pequeno buraco do que a inteligência humana compreender os mistérios de Deus...”.
Deus é infinito, desce do céu e quer morar no coração do homem, criatura a quem ele quer salvar. O mistério de nosso Deus não é para ser entendido, mas contemplado e acolhido em nosso íntimo. Ele quer fazer sua morada em nosso coração. Nossa Fé num Deus Uno e Trino é manifesta no Batismo – “Eu te batizo em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28,19) – e na promessa de Jesus de constituir morada no coração da criatura humana – “Viremos a ele e faremos nele a nossa morada”(Jo 14,23). E, por fim, partiremos deste mundo em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém.
Moisés subiu à montanha para o encontro marcado, mas Deus desceu para conversar com Moisés. Na história de nosso Deus há sempre um duplo movimento: Deus desce até nós, vem ao nosso encontro, e deseja que nós subamos até Ele mediante a observância de seus Mandamentos e de sua Aliança. Ele sempre vem ao encontro da criatura humana para salvá-la, pois é um Deus cheio de misericórdia, de ternura, de bondade e de fidelidade.
O universo é obra de suas mãos, sua grandeza é infinita, incompreensível, mas deseja estar e caber em nosso coração, embora pecador, infiel e ingrato. Deus de infinita ternura e compaixão! Uma santa religiosa disse: “Eu encontrei o céu na Terra, porque o céu é a Trindade e a Trindade está dentro de mim” (Irmã Elizabel da Trindade).