Para nós cristãos, o mês de novembro começa com o convite a participar da glória dos Santos

Para nós cristãos, o mês de novembro começa com o convite a participar da glória dos Santos. Um convite à contemplação.
Contemplar, explica o Dicionário Houaiss, é o ato de concentrar a atenção em algo, em nosso caso, na glória dos Santos. Santos são os homens e mulheres, de todas as idades, que fizeram ressoar, em seu ser, o convite de Jesus. Convite a deixar-se guiar pela luz e a força do seu espírito: o Espírito Santo e segui-lo no molde Dele mesmo: o Filho de Deus nascido de Maria.
No dia seguinte, 2 de novembro, o convite é lembrar devotamente nossos falecidos. Vida plena, a dos Santos, realizada na glória. Passagem pela porta obscura da morte, que não é um fim. “Morte, onde está tua vitória!? Cristo ressuscitou!”, cantamos jubilosos na celebração da Páscoa.
Tudo é mistério: estamos mergulhados nele! Ou aceitamos o dom da fé ou nos perdemos na ilusão, ou na revolta, ou no desespero... A fé é ato de adesão e de entrega... mas sustentado por mil razões...
Sabem disso os Apóstolos que viram seu fabuloso Mestre desprezado, insultado, humilhado, torturado, destruído na crucificação e – um tempinho depois – livre de qualquer obstáculo, Senhor da Vida, comunicando seu Espírito, Espírito Santo! Sabem disso essas Testemunhas que, escondidas e tremendo de medo antes do encontro com o Mestre Ressuscitado, enfrentam depois os chefes que os ameaçam de morte, declarando-lhes com firmeza: (At.5,28) “Precisa obedecer a Deus antes que aos homens!” O fato é que neles tinha-se acendido o fogo que seu Mestre, o Senhor Jesus, veio trazer sobre a terra. Lucas (12, 49-53) é bem claro ao referir as palavras dele: “Eu vim atear fogo ao mundo e oxalá já estivesse ardendo!”... Que fogo é esse? O fogo do Amor! João é bem claro (1Jo 4,7-10)
A palavra “amor”, porém, “é tão abusada que nela cabe o melhor e o pior; o mais sublime e o mais mesquinho... No entanto, o amor está sempre na origem de toda vida sadia, despertando e fazendo crescer aquilo que há de melhor nas criaturas humanas. O ser humano que não ama, fecha-se e isola-se cada vez mais. Gira como doido em torno de seus problemas, trabalhos, fraquezas, rotinas... vícios. Falta-lhe o motor que move a vida…”. O traço essencial do Evangelho é a presença, sobre a terra, de um Deus que não está aí para condenar, mas para promover um amor apaixonado, justiça entre irmãos...
O Papa Francisco nos alerta: não pode ser “cristão” ou seja, discípulo de Cristo, quem não O imita, quem não está em comunhão com Ele, quem não cuida de atear o Fogo que é colocado em nós pelo Batismo. 
O Espírito Santo desceu como línguas de fogo sobre os discípulos reunidos em oração e cheios de Fé!