Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

Contatos

O Encontro

Durante nossa vida temos oportunidades e somos presenteados...

Durante nossa vida temos oportunidades e somos presenteados com vários e inúmeros encontros e, alguns deles, guardamos no coração durante toda a vida... E é um desses encontros que quero dividir com vocês essa semana.
Foi em uma tarde fria de inverno, em uma de minhas visitas à Basílica de Santa Maria Maior, em Roma, que me encontrei com essa pessoa na qual dei o nome de ‘Peregrino de Deus’.
Eu estava rezando em uma parte escondida da grande Basílica quando ao meu lado vi um homem inclinado, com o rosto no chão, em uma atitude de profunda adoração. Em um primeiro momento concluí que fosse um mendigo, pelo seu aspecto: cabelo crescido, barba por fazer e roupas surradas. Apesar do frio, usava sandálias e não sapatos. Estava ali...
Fiquei observando aquele ser, ali, imóvel, e algo me chamou muita atenção: suas mãos. Eram mãos limpas, bonitas e delicadas, não me parecia que eram acostumadas ao trabalho pesado. E enquanto eu pensava nesse pormenor, ele levantou a cabeça em minha direção e sorriu. Naturalmente retribuí o sorriso. Então ele ficou de pé e se aproximou. Era simples, humilde e de aspecto jovem, não podia ter mais de 50 anos.
Então, em italiano, com um sotaque bem inglês, me contou sua história de amor com o Pequeno Jesus. Ele era médico do sul da Inglaterra, acostumado a fazer partos. Era um tipo austero, arrogante e frio, porém competentíssimo. Achava que os êxitos eram somente obra sua, de seus estudos e de sua majestosa inteligência.
Até que um dia, ao realizar um parto extremamente difícil, percebeu que a criança ao nascer não respirava, estava roxa e seu coraçãozinho não dava mostras de batimentos. Ele fez de tudo para reanimar o bebê e nada... Segundo ele, toda a sua eficiência, inteligência, conhecimento e ‘arrogância’ não serviram para nada naquela situação em que a mãe desesperada pedia para ver seu primogênito – queria seu bebê vivo. Então, em um minuto passou por sua memória a imagem de um presépio que ele tinha visto quando ainda era criança, lembrou-se do bebê deitado na palha e pediu que se Aquele tão pequeno e indefeso Bebê visto no presépio era o Rei do Universo como alguns diziam, que devolvesse o que era de direito a sua pequena criatura inerte: ‘a vida’. E assim aconteceu...
A Missão
Desde aquele momento ele decidiu que se dedicaria durante toda a sua vida a oração e a missão de trazer ao mundo crianças de todas as cores, nações e raças e que uma vez por ano iria até Santa Maria Maior para pedir a graça àquela que é a Mãe por excelência, a grande Rainha de poder. Para ter sempre o coração agradecido e, humildemente, com esperança e alegria, esperar a vinda do Divino Bebê, do Pequeno que desde o berço já salva os pequeninos. Ele me disse: “Advento é a espera, a chegada e o encontro. Advento é vida!”
A alma humana sempre dá um giro de 360 graus quando se confronta com ela mesma. Isso é conversão, desejo de vida, de paz de unidade. Desejo a todos e todas que, como esse amigo de Deus e meu, possamos esperar com alegria a chegada da vida!