Pela Irmã Maria Emanuelle

No mundo em que vivemos, rápido, eficiente, saturado de informações, de competições, cheio de oportunidades, de lazeres e afazeres, de ideias e genialidades, da ciência que avança a passos largos, do consumismo que penetra discretamente não só os adultos mas principalmente as crianças; da mídia que engana, da ideia de ‘ser mais’ que ‘os demais’, do status perante a sociedade, do ‘ter sem poder’. Encurralados pelo frenesi das coisas grandiosas e fantásticas, envolvidos por tudo isso e tantas coisas mais, existe um desejo guardado, escondido ou adormecido no íntimo de cada pessoa, um desejo tão profundo que não pode ser tocado por nada nem ninguém, a não ser pelo amor que circunda o universo.
Afora tudo isso que vemos, ouvimos, sentimos, falamos, sabemos ou que ‘pensamos saber’, acontece dentro de nós um movimento interior conhecido somente pelo próprio ser, pela própria pessoa, e é exatamente desse movimento interior que nasce o ‘desejo de santidade’.
Ser santo é unir a própria vontade a uma Vontade Maior, muitas vezes incompreensível para nós, mas que é consoladora, confortadora, benéfica, construtiva, apaziguadora. É estar (não obstante as coisas que nos cercam exteriormente), mergulhados no Amor Fecundo, dando ‘corpo’ a ‘alma’ do bem, pela concretude da ação.
É possível
A santidade é possível para cada ser humano, para cada batizado. É um convite do Criador de todas as coisas a cada um de seus filhos! Isso me faz lembrar a tão famosa e conhecida frase que ouvi tantas vezes de pessoas de diferentes lugares: “Falta algo, não sei dizer o que...”.
De fato, há dentro de nós um lugar que precisa ser preenchido, que precisa ser conhecido, que precisa ser explorado sempre mais. É um caminho interior a ser percorrido todos os dias. E é nesse caminhar que carregamos o desejo de santidade. A santidade é o desejo de Deus, é a vida em Deus, com Deus e por Deus.
No entanto, no decorrer da vida, infelizmente, somos habituados e treinados a querer olhar tudo, pegar e provar que o que ‘não se vê’ simplesmente não existe ou não é real... Então finalizo com a maravilhosa reflexão de dom Dadeus Grings, que diz:
“Deus é mais real que as coisas que passam. É tão real como a luz que ilumina, mas que não se enxerga; o ar que se respira, mas não se vê; o amor que anima, mas não se sente; como a razão de ser que não aparece e como o essencial que é invisível aos olhos.”
Só a experiência de Deus garante a autenticidade da fé! Sejamos santos e santas no mundo de hoje! Qual o seu desejo?
A todos e a todas um ótimo, feliz e abençoado final de semana!