Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

Contatos

O caminho da vida plena passa pela doação de si mesmo

Como é difícil pensar as coisas de Deus (compaixão, solidariedade e serviço) e como é fácil, cômodo e atraente pensar as coisas dos homens (indiferença, sucesso e poder).

Jesus quer discípulos dispostos a carregar a própria cruz, dispostos a pagar o preço do seguimento. Discípulo verdadeiro de Jesus é discípulo missionário, de cruz às costas! O mundo não gosta desta linguagem, mas seguir Jesus Cristo tem um preço inegociável: não basta confessar Jesus de modo correto; precisamos segui-lo rumo a Jerusalém, carregando a própria cruz na esperança da vida eterna.
O Evangelho deste 22º domingo nos ilustra isso. Após a corajosa resposta de Pedro: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. Jesus fala do seu futuro próximo: ir a Jerusalém; sofrer muito nas mãos das autoridades religiosas, chegando mesmo a morte e, depois, ressuscitar. A atitude contraditória de Pedro, mesmo depois de ter professado sua fé em Jesus e ter sido elogiado por Ele, nos adverte: como Pedro, muitos de nós desejamos desesperadamente impedir que Jesus realize sua missão pelo caminho do serviço e da cruz e acabamos sendo uma pedra de tropeço na sua missão, porque não queremos o mesmo para nós.
A imagem de um messianismo triunfalista impede de ver outra imagem de Messias: ele é o Servo que sofre solidariamente é o Profeta perseguido. Nisso, Pedro tropeça e faz tropeçar, atordoado ante a imagem da dor e sofrimento, Pedro intima, adverte e ameaça Jesus, afirmando que não é essa a vontade de Deus. Não consegue admitir um Messias sem poder e crucificado, um Messias pobre e rejeitado, humano e servidor! Não consegue aceitar uma vida sem glórias e sem sucesso, chamada a correr o risco da profecia. 
Também aqui, Pedro é porta-voz dos discípulos de todos os tempos. Como é difícil pensar as coisas de Deus (compaixão, solidariedade e serviço) e como é fácil, cômodo e atraente pensar as coisas dos homens (indiferença, sucesso e poder). O grande desafio dos discípulos e discípulas de Jesus está na cruz, esta não é simplesmente uma imposição à qual Jesus não pode escapar, mas a um caminho que todos devemos trilhar. “Se alguém quer me seguir, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz e me siga.” 
Tomar a cruz significa assumir a condição das pessoas desprezadas, das que resistem e enfrentam os poderes que marginalizam e oprimem, ou seja, a possibilidade e a disposição de dar a vida, de sofrer a morte por amor. A expressão “renuncie a si mesmo” quer dizer que é necessário negar os interesses mesquinhos, os sonhos infantis de sucesso e onipotência a negar o Messias; a negar a compaixão! Ou seja, em não escolher o caminho do amor a si mesmo a ponto de excluir os outros e Deus, mas trilhar o caminho do amor aos outros e a Deus a ponto de esquecer as vantagens pessoais. E ser crucificado quer dizer “crucificar a própria carne, com as paixões e concupiscências”. E vamos juntos, carregando nossa cruz com elegância!