Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

Contatos

O Bom Pastor dá a vida por suas ovelhas

No quarto domingo da Páscoa celebramos a figura do Bom Pastor, acho interessantes meditarmos na Palavras do nosso Pastor, o Papa Bento XVI, sobre essa figura tão sigular de nosso Senhor:

No quarto domingo da Páscoa celebramos a figura do Bom Pastor, acho interessantes meditarmos na Palavras do nosso Pastor, o Papa Bento XVI, sobre essa figura tão sigular de nosso Senhor:
“«Eu... conheço as minhas ovelhas, e as minhas ovelhas conhecem-me, assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai» (Jo 10, 14-15). Nesta frase, são duas relações que parecem totalmente diferentes e aqui encontram-se entrelaçadas uma com a outra: a relação entre Jesus e o Pai, e a relação entre Jesus e os homens que lhe são confiados. No entanto, ambas as relações caminham mesmo juntas porque os homens, no final de contas, pertencem ao Pai e estão à procura do Criador, de Deus. Quando se dão conta de que alguém fala unicamente em seu próprio nome e só haure de si mesmo, então intuem que é demasiado pouco, que ele não pode ser aquilo de que estão à procura. Porém, quando numa pessoa ressoa uma outra voz, a voz do Criador, do Pai, abre-se a porta da relação que o homem aguarda. Por conseguinte, assim deve ser portanto no nosso caso. Em primeiro lugar, no nosso íntimo, devemos viver a relação com Cristo e através dele com o Pai; somente então podemos compreender autenticamente os homens, somente à luz de Deus é possível compreender a profundidade do homem. Assim, quem nos ouve dá-se conta de que não falamos de nós mesmos, de algo, mas do verdadeiro Pastor. Obviamente, nas palavras de Jesus está também encerrada toda a tarefa pastoral prática de seguir os homens, de ir ao seu encontro, de se abrir às suas necessidades e às suas exigências. Sem dúvida, é fundamental o conhecimento prático e concreto das pessoas que me são confiadas e obviamente é importante compreender este «conhecer» os outros em sentido bíblico: não existe um verdadeiro conhecimento sem amor, sem uma relação interior, sem uma profunda aceitação do outro. O pastor não pode contentar-se com o conhecimento de nomes e de datas. O seu conhecer as ovelhas deve ser sempre também um conhecer com o coração. Todavia, em última análise isto só pode realizar-se se o Senhor abrir o nosso coração; somente se o nosso conhecimento não vincular as pessoas ao nosso pequeno «eu» particular, ao nosso próprio coração mas, ao contrário, fazer-lhes sentir o Coração de Jesus, o Coração do Senhor. Deve ser um conhecer com o Coração de Jesus e para Ele orientado, um conhecer que não vincule o homem a mim, mas que o guie rumo a Jesus, tornando-o assim livre e aberto. E assim também nós, entre os homens, nos tornamos próximos uns dos outros. A fim de que este modo de conhecer com o Coração de Jesus e de não me unir a mim mesmo, mas ao Coração de Jesus e de criar assim uma comunidade autêntica, para que isto nos seja concedido, queremos pedir sempre de novo ao Senhor.
Enfim, o Senhor fala-nos do serviço da unidade, confiado ao pastor: «Tenho ainda outras, que não são deste redil... hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor» (Jo 10, 16). É a mesma coisa que João repete depois da decisão que o sinédrio tomou, de matar Jesus, quando Caifás disse que seria melhor se um só morresse pelo povo, do que a nação inteira perisse. João recorda nestas palavras de Caifás uma palavra profética e acrescenta: «Jesus devia morrer pela nação. E não só pela nação, mas também para congregar na unidade os filhos de Deus que estavam dispersos» (Jo 11, 52). Revela-se a relação entre a Cruz e a unidade; a unidade paga-se com a Cruz. Todavia, sobressai acima de tudo o horizonte universal do agir de Jesus. Se Ezequiel, na sua profecia sobre o pastor, tinha em vista o restabelecimento da unidade entre as tribos dispersas de Israel (cf. Ez 34, 22-24), trata-se agora não só da unificação do Israel disperso, mas da unificação de todos os filhos de Deus, da humanidade da Igreja dos judeus e dos pagãos. A missão de Jesus diz respeito à humanidade inteira e, por isso, à Igreja é confiada uma responsabilidade por toda a humanidade, a fim de que ela reconheça Deus, aquele Deus que, por todos nós, se fez homem em Jesus Cristo, sofreu, morreu e ressuscitou. A Igreja jamais deve contentar-se com a plêiade daqueles que, num dado momento, ela alcançou e dizer que os outros estão bem assim: os muçulmanos, os hindus e assim por diante. A Igreja não pode retirar-se comodamente nos limites do seu ambiente. Ela tem a responsabilidade da solicitude universal, deve preocupar-se por todos e com todos. De modo geral, devemos «traduzir» esta grande tarefa nas nossas respectivas missões. Obviamente um sacerdote, um pastor de almas, deve em primeiro lugar preocupar-se com aqueles que crêem e vivem com a Igreja, que nela procuram o caminho da vida e que, por sua vez, como pedras vivas, edificam a Igreja e assim constroem e ao mesmo tempo sustentam também o sacerdote. Todavia, devemos também sempre de novo como diz o Senhor sair «pelas estradas e caminhos» (Lc 14, 23) para transmitir o convite de Deus ao seu banquete, inclusive àqueles homens que até agora não ouviram falar dele, ou por ele ainda não foram tocados interiormente. Este serviço universal, serviço em prol da unidade, possui muitas formas. Faz parte dele sempre também o compromisso pela unidade interior da Igreja para que ela, além de todas as diversidades e limites, constitua um sinal da presença de Deus no mundo, o único que pode criar tal unidade.” (Parte de Homilia de Bento XVI, Vaticano, 7 de Maio de 2006).
E que sejamos todos um só povo sobe o pastoreio do Único Pastor.
Shalom!