Maria Santíssima é a mulher atenta às Escrituras, na qual busca ser esclarecida, para viver o desprendimento e a disponibilidade à vontade do Senhor

Estamos em maio, mês das mamães, mês de Maria, Mãe da Misericórdia. Maria Santíssima é a mulher atenta às Escrituras, na qual busca ser esclarecida, para viver o desprendimento e a disponibilidade à vontade do Senhor. Na força do Espírito Santo Maria percorreu um longo e difícil itinerário espiritual: passou de mãe para discípula de seu filho. Foi mergulhando cada dia na solidão do mistério que a capturou: Jesus devia dedicar-se totalmente às coisas do Pai (Lc 2,49) e ela, ficar em sua busca “guardando e meditando em seu coração” (Lc 2,51). 
O seu sim, o seu “faça-se” foi a cada dia refeito em seu diálogo íntimo com Deus Pai, daí brilha a grande virtude de Maria, a fé. A fé e a adesão total de Maria ao plano de Deus fez dela a primeira discípula de Jesus, ela foi a primeira a receber a notícia de sua vinda (anunciação), acreditou, aderiu e confiou totalmente, dispondo-se a servir e colaborar com o plano de Deus, humildemente se abre ao dom que lhe é proposto: assumir a tarefa de ser a mãe do Salvador. O desprendimento e a total disponibilidade para Deus: “Eis aqui a escrava do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38), é a expressão de quem está como a terra (húmus), em total disponibilidade para que sobre ela tudo se faça. Por meio de seu gesto de entrega total, de esvaziamento total de si, confiando de maneira absoluta na palavra e no amor do Pai, Maria converte-se em receptáculo dos dons do Espírito Santo. Este esvaziamento, este abaixar-se e colocar-se totalmente disponível para Deus, permitiu que Deus adentrasse nela, com tudo o que Ele é e tem, ou seja, Ele mesmo, seu Santo Espírito, e maneira de operar. A perfeita simplicidade, o desprendimento total e a disponibilidade perfeita à graça de Deus atingiu Maria plenamente e esta virtude é pura graça de Deus que a dotou especialmente para que pudesse cumprir a sua vocação singular. Deus deu-lhe uma graça especial: a sua Imaculada Conceição. A nós todos, o pecado torna difícil a nossa entrega total a Deus, ficamos presos no egoísmo e tantos vícios enquanto Maria teve a força necessária para estar totalmente disponível para Deus e num grau elevadíssimo, total.
Mas tudo que aconteceu com Maria é para nos servir de exemplo,  devemos imitá-la. Ela é o sinal da fidelidade e da disponibilidade total a Deus. Nesta imitação de Maria, na nossa caminhada para Deus, podemos estar unidos, todos, protestantes, ortodoxos e católicos. Ela é um grande sinal (cf. Ap. 12) que Deus nos dá para mostrar o Seu poder de fazer grandes coisas nos pequenos e humildes. Quem se humilha será exaltado dirá Jesus. Deus estará totalmente disponível por toda a eternidade para os que se tornarem disponíveis para Ele durante a curta peregrinação terrena. Que Maria repleta do Espírito Santo, mulher de todas as virtudes, nos ajude a obtermos esta que é a fonte de todas as virtudes: humildade, desprendimento e total disponibilidade.