É neste prodígio que está fundamentado o conceito cristão daquilo que é a criatura humana, daquilo que são suas possibilidades por parte de Deus!

No ano 735 da fundação de Roma, numa gruta de Belém na Palestina, nasceu da Virgem Maria um menino anunciado pelo arcanjo São Gabriel.  Seu nome era Jesus. Num primeiro tempo é como um de nós: vive como um devoto Judeu, trabalha, obedece. Ao chegar aos trinta anos, mais ou menos, começa a anunciar o Reino de Deus e operar – por três anos - as maravilhas que os Evangelhos narram. Depois morre. Ou melhor, deixa que os homens acabem com seu corpo, sua dignidade, sua beleza no meio dos flagelos, dos espinhos, dos escarros, dos insultos.

Uma destruição total, para que os homens soubessem quanto amava o Pai e as criaturas do Pai: nós, homens e mulheres desta terra.

No momento de sua morte o sol se apaga e há trevas sobre a terra inteira até a hora Nona (Lc 23,44). Os Apóstolos, totalmente confundidos, espantados, decepcionados, fogem, se escondem: o Mestre, o Messias, o Esperado, morreu...e de que morte!!!

Irmã Maria Bernarda 

Neste ponto acontece aquele prodígio que confunde todas as representações imediatas do possível...A ressurreição! O Senhor ressuscita dos mortos para uma vida nova, transfigurada!

É neste prodígio que está fundamentado o conceito cristão daquilo que é a criatura humana, daquilo que são suas possibilidades por parte de Deus!

Nos quarentas dias que seguem a Ressurreição é como se Ele toque de leve a terra, mas prestes a partir. Depois vai, realmente. É o mistério da Ascensão. Ele porém tinha dito: “Vou e retorno a vós (Jo 14,28). Ele vai, mas está de novo conosco, mais poderoso e operante do que nunca. Começa o mundo da vida íntima cristã, em cada cristão(ã) como na Igreja. Aí Ele vive e reina. Aí Ele coloca, para quem tem Fé, as bases de uma existência nova: a penetra, a transfigura, ordena Nele ação e meta final. Jesus, o Amigo divino, está na sua criatura, atraí-la para Si. A Vida que a vida da criatura recebe é a de Jesus, o Cristo. Tudo isso acontece no Espírito Santo. Os que estavam no Cenáculo, rezando, ouvem “um ruído como o agitar-se de um vendaval impetuoso que encheu toda a casa onde se encontravam e veem línguas como de fogo, que se repartiam e que pousaram sobre cada um deles. E todos ficaram repletos do Espírito Santo”. Daquele momento Ele se comunica pelos séculos afora.  Com isso não se entende que a criatura humana pensa no Cristo, O ama, guarda sua imagem: isso é só o começo: na realidade “a consciência de Cristo e com isso de todo Novo Testamento baseia-se na realidade do Único Deus vivente e ao mesmo tempo no fato que nesta singularidade e unidade há algo especial: um modo de existir que transcende nossas ideias. É como se da unidade de Deus emergissem vários rostos. É um grande, imenso Mistério.

 Importante, necessário é entrar em comunhão com o Senhor Jesus, meditar, estar com Ele...