Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

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Este nosso coração

Coração é uma palavra que expressa a unidade profunda, substancial da criatura humana: nela distinguimos a alma e o corpo, mas trata-se de uma única natureza.

Deus é amor, diz-nos João (1ª Carta 4,8), e nós sabemos que é verdade porque o ‘Homem’ que o revelou deu prova disso morrendo na infâmia da Cruz (Jo 10,18) e... Ressuscitando (Lc 24,36).
Símbolo do amor é o coração. Coração é uma palavra que expressa a unidade profunda, substancial da criatura humana: nela distinguimos a alma e o corpo, mas trata-se de uma única natureza. Assim, o coração, que está no centro do corpo, não é somente uma metáfora para indicar a ‘profundidade do ser’, mas é um símbolo real indicando o coração anatômico que está dentro de nós e que diminui ou acelera os batimentos segundo o estado psicossomático da pessoa. Por isso o Senhor Deus – Pai Nosso –, que ama suas criaturas e deseja ser amado (pois este é o caminho da realização plena para elas), convida: “Meu filho, dá-me o teu coração”.
Entre o Primeiro Testamento e o Novo, a palavra ‘coração’ é encontrada quase 900 vezes. Ele, na profundidade do ser, é por si mesmo e desde sempre “inalienável relação, abertura, orientação para Deus e para os homens”. Ao recusar esta abertura, o homem curva-se sobre si mesmo, peca, condena-se a uma eterna infelicidade. O coração tem consciência de sua orientação para Deus, mas é livre e – mesmo orientado para Deus – pode ser bom ou mau.
Deus, que orienta e perdoa, sempre sustenta com sua graça, sempre está pronto para perdoar, para ajudar a levantar-se. Em Mateus (24,12) há uma palavra dolorida: “Pelo crescimento da iniquidade, o amor de muito resfriará” e em Lucas (18,8) Jesus diz: “Quando o Filho do Homem voltar, encontrará a Fé sobre a terra?”. É uma pergunta que espanta. Sobre a Terra fala-se muito no amor e são produzidos aos montes corações de todo tipo, realizados artisticamente nos materiais mais diferentes, desenhados em todas as medidas e cores: uma inflação... Mas, e o amor?!?
O amor verdadeiro está sobre a Terra e mais do que podemos imaginar, pois – como disse alguém – o mal é como as papoulas, vermelhas, logo aparecem e são notadas ao passo que o bem é – justamente – o que precisa ser, e ninguém se maravilha. Um problema sério, porém, é quando é negada a distinção entre o bem e o mal, quando falta educação, orientação para as novas gerações. A criatura humana, diz São João Paulo II, não pode viver sem amor. Ele torna-se por si mesmo um ser incompreensível. Sua vida não tem sentido se não conhecer o amor, se não o experimentar, se não participar vivamente nele (Red. Hom. 10). Claro que ele fala no amor-ágape, o amor capaz de esquecer-se de si, capaz de ser dom para os outros.
Frente ao esquecimento, às ingratidões humanas, porém, nosso adorado Redentor não desanima. No Século 17, quando a rigidez jansenista assolava o mundo católico pela interpretação errada do Evangelho, Ele revela a Santa Margherita Maria Alacoque as riquezas insondáveis do seu coração; um coração humano e divino, sinal e sacramento, nascente viva da chama do seu amor e lhe confia a missão de divulgar-lhe o culto. Dele precisamos aproximarmo-nos, conhecê-lo, devolvendo amor por amor... A festa, neste ano, é celebrada dia 12, sexta feira.