A liturgia deste domingo leva-nos a refletir sobre a nossa vocação: somos todos chamados por Deus e d’Ele recebemos uma missão para o mundo. E qual é a sua missão, amigo leitor?
Hoje, ao conversar com um porteiro de prédio, ele elogiava as doutoras que ali atendiam, pois, segundo ele, trabalham tanto que, muitas vezes, nem vão para casa na hora do almoço, e muitas vezes ficam atendendo seus pacientes até tarde, nove, dez da noite.
Eu perguntei:
– Mas elas não são casadas? Não têm filhos?
Ele me respondeu que sim...
Pensei em voz alta:
– Mas será que virão ou estão vendo os filhos crescerem, meu Deus? Estarão cuidando do esposo com o mesmo carinho e dedicação que de seus pacientes?
O porteiro ficou desconcertado, é claro que eu não queria uma resposta, nem tão pouco julgar; com certeza temos que ter aptidão e mesmo vocação para a profissão abraçada; precisamos ter prazer com ela e realizarmos nosso ofício da melhor forma possível, e assim louvar a Deus, que dignifica o ser humano com e pelo trabalho. Mas é mesmo necessário tanta correria e tão grande insatisfação?
Isso me chama a refletir: nosso caminho é feito no barco de Jesus, ou, às vezes, embarcamos em outros projetos onde Ele não está e fazemos deles o objetivo da nossa vida? Deixamos que Jesus viaje conosco ou, às vezes, obrigamo-lo a desembarcar e continuamos viagem sem Ele? Ao longo da viagem, somos sensíveis às palavras e propostas de Jesus? As suas indicações são para nós sinais indispensáveis a seguir, ou fazem mais sentido para nós os valores e a lógica do mundo? Até quando nós, ‘pós-modernos’, vamos continuar por esta via?
E então rezei: “Fazei, Senhor, nosso caminho, nossa verdade, verdadeira vida que não nos apartemos de Ti. Dai-nos Senhor experimentar a doçura escondida reservada aos que são seus amigos!”.
Rezemos juntos, busquemos juntos, deixemos todas as vias e vielas para trás e trilhemos pelo caminho das bem aventuranças!