Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

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Cresçamos todos em graça

Por irmã Maria Priscila

No dia 8 de setembro celebramos o aniversário de Nossa Senhora, a festa da natividade. Esta festa nos coloca ante o desabrochar Daquela que é a “Aurora da salvação”, mas também a “perfeita discípula” de Cristo. Do Menino Jesus nos diz o Evangelho que ia crescendo em “sabedoria, estatura e graça” (Lc 2,52); o mesmo podemos esperar da pequena Maria, pois ainda que Imaculada – por especial privilégio –, é criatura humana em tudo igual a nós, é nossa irmã e, por isso, é nosso modelo mais próximo. Talvez, crescer em estatura e sabedoria seja nossa maior aspiração mas, abrir-se à graça é, em definitivo, o mais importante.
Os Evangelhos nada nos dizem da infância de Nossa Senhora, mas a tradição salienta-nos que muito cedo se abriu à graça dedicando-se às coisas de Deus. Um rastro dessa entrega que dizemos se encontra no fato de que Ela, ao visitar sua parenta Isabel, cantou o “Magnificat” (cf. Lc 1,46-55), reflexo de uma alma que, com o crescimento em estatura, crescia em sabedoria, familiarizando-se com as Sagradas Escrituras, as quais lhe ajudavam a crescer em graça cada vez que se aderia à vontade do Deus de Israel. Como dizemos, tal circunstância dá-nos a entender que já em tenra idade esta esperta menina deu-se à tarefa de crescer na graça de Deus. E isso a tal ponto que, quando o Anjo Gabriel a saudou na Anunciação, a fez chamando-a de “Cheia de Graça” (Lc 1,28). É bom, pois aproveitamos esta festa de nossa Mãe para nos determos um pouco no tema do nosso próprio crescimento.
O crescimento é um assunto que faz alusão à posse de “algo” que já se tem, mas que ainda não se possui plenamente. Nele concorrem dois fatores essenciais: o esforço e a esperança. Grande tarefa do ser humano neste mundo é crescer na bondade, crescer na semelhança daquele que é a Bondade mesma, pois “Deus é Amor” (1 Jo 4,16); e fazê-lo configurando-nos com Cristo (cf. Rm 8,29).
Na sociedade atual, o desejo de se conservar jovem (cheio de força e beleza) converteu-se como que numa obsessão; as plásticas e coisas semelhantes estão na moda: não será esse um sinal inconsciente da aspiração que todo ser humano tem pelo Bem Eterno? Pois a realidade a qual fomos chamados é a de participar da vida Daquele que é o “Jovem” por definição, Aquele que não teve início nem terá fim, pois é a Plenitude da Beleza, Quem simplesmente é: “Eu sou o que sou” (cf. Ex 3,14).
O crescimento de uma alma em graça vai ligado a sua adesão à vontade divina, a se deixar amar por Deus, pois tudo o que Ele quer para nós, não tão só sai da sua Sabedoria infinita quanto do seu coração, e é por isso que fazer sua vontade é deixar-se amar pelo Senhor a cada instante... Mas, de que se precisa para ser fiel à vontade do Senhor? O nosso Mestre, Jesus, nos diz com palavras simples: “Precisamos vigiar e orar” (cf. Mt 26,41).