Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

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Celebração de Santa Clara

Pela Irmã Maria Priscila

Ontem celebramos a festa de nossa mãe Santa Clara e, no decorrer de todo este ano, estamos celebrando também o centenário do carisma clariano. Até pouco tempo se sabia sobre Clara. Pode-se dizer que Clara é uma mulher que foi guardada para o Século 21, porque ela traz uma série de aberturas que nós não tínhamos descoberto nem em São Francisco.
Clara tem uma espiritualidade que, de um lado, é quase igual ou a mesma de São Francisco, e de outro lado, muito original. Como ela é mais clara ao escrever, hoje compreendemos São Francisco a partir do que ela diz.
Uma das coisas que surpreendem em Santa Clara é que, depois de ser obrigada a seguir a regra de São Bento, a regra de Hugolino e a regra de Inocêncio IV, ela pôde finalmente fazer a dela. É notável a sua maneira de ser livre. Para dar alguns exemplos: as regras dos papas diziam que o silêncio era perpétuo, mas Clara disse, em sua regra, que o silêncio era perpétuo desde as Completas até a hora de Prima. Quer dizer, só à noite. No refeitório, havia silêncio “na hora das refeições”, porque é provável que, em outras horas, elas fizessem no refeitório seus recreios e trabalhos manuais. E conversavam. Clara chega a dizer que na enfermaria elas tinham obrigação de falar para consolar as doentes. Hugolino dizia que, na igreja, as Irmãs deviam estar separadas do povo com uma grade e um pano preto, tão grosso que impedisse totalmente a visão. Santa Clara escreveu que elas ficariam separadas por uma grade com um pano preto, que só seria levantado quando uma irmã precisasse falar com alguém. Então, com muito jeitinho, para não ferir, ela vai promovendo uma abertura. É uma cabeça totalmente diferente de tudo que se viu, mesmo depois. E precisava defender a fraternidade, um ponto essencial para os franciscanos.
São Francisco, antes de morrer, teria deixado uma última vontade para Santa Clara, dizendo: “A pobreza é fundamental para nós. Então, você, não largue a pobreza por vontade e conselho de pessoa alguma”. Pessoa alguma incluía o papa. Mais tarde, justamente quando o cardeal Hugolino, já papa, foi a Assis para canonizar Francisco, entrou em São Damião antes de subir à cidade: foi falar com Clara. E disse: “Olhem, minhas filhas, essa pobreza que vocês querem não vai dar certo. Não vão conseguir sobreviver. Vocês precisam ter propriedades”. E ela escutava quieta: “Não se preocupem, tenho algumas propriedades e dou para vocês”, dizia Hugolino. E ela continuava quieta. Então, o papa disse: “Se é por causa do voto de pobreza, você sabe que, como papa, eu posso dispensar do voto”. Então ela respondeu: “Por favor, não me dispense de seguir o meu Senhor Jesus Cristo”.
Que Santa Clara sempre nos ilumine a seguirmos o Cristo, amigo fiel, Esposo dileto, Irmão generoso!
Shalom!