Irmãs Clarissas Capuchinhas

Irmãs Clarissas Capuchinhas

Conversando Com Você

As Irmãs Clarissas vieram ao Brasil a convite dos Freis Capuchinhos do Rio Grande do Sul. Chegaram aos 21 de janeiro de 1979. Ficaram hospedadas com as Irmãs Clarissas de Porto Alegre por alguns dias e em 1º de fevereiro deste ano foram morar em uma casa na cidade de Caxias do Sul até que o Mosteiro fosse habitável. Em outubro de 1981, mesmo sem a conclusão do Mosteiro, as Irmãs vieram para Flores da Cunha.

Contatos

"Quanto mais humanos, mais divinos”

Em Maria celebramos o ser humano mesmo naquela beleza em que Deus o criou no princípio. >/div>

Em Maria celebramos o ser humano mesmo naquela beleza em que Deus o criou no princípio. Em Maria podemos ver a nós mesmos, vislumbrar o que poderíamos ter sido e, sobretudo, o que estamos chamados a ser. Deus dotou o ser humano para viver no amor: nos criou como um composto de corpo e alma, dotado de uns instintos em nossos membros e de umas faculdades em nossa alma racional para poder fazer sua vontade assim na terra como, logo, no Céu. Por conseguinte, estes sentidos são bons, na medida em que os utilizamos com ordem. Da retidão de como o ser humano os utiliza, conservar-se ou não na nobreza de sua humanidade. Esses instintos, bem os conhecemos: são os de conservação, de reprodução e de dominação, que podemos ver presentes nos preceitos divinos dados no Éden a nossos pais, onde junto com o de nutrir-se para crescer , se lhes diz: “multiplicai-vos, enchei a terra e submetei-a”. Assim como estamos dotados de um desejo instintivo, interior, pela Verdade e pelo Amor. Como seres corpóreos, esses instintos vão unidos em seu exercício com os cinco sentidos. A falta de vigilância sobre eles acarreta em nós a desordem. Em Maria, no entanto, sua modéstia e reflexão, são toda uma escola de humanidade, onde a ordem e a temperança reinam harmoniosamente, fazendo Dela uma verdadeira imagem e semelhança divina, como no principio. É por isso mesmo que nós –apoiados sempre na Graça do Espírito que desceu sobre Maria– devemos “vigiar” e “orar” sobre nossos instintos para poder caminhar, como Ela, conforme os frutos do Espírito: “O amor, a alegria, a paz, a paciência, a afabilidade, a bondade, a fidelidade, a mansidão, o domínio de si”. Quando sentimos certos movimentos que nos tiram a tranquilidade, devemos ser sinceros e diligentes para colocar o nome adequado a cada movimento (gula, ciúmes, avareza, vaidade, etc.) Assim, um especial desejo de “aparecer” mais do que somos, é uma vaidade, fruto do instinto de dominação mal entendido. Uma desordem no comer ou no beber, não é senão fruto dos instintos de conservação e de sensualidade não dominados. Um estar preocupado demais com a saúde não é outra coisa que consequência do instinto de conservação hipersensibilizado. Um não colocar freio em fruir toda classe de pequenos gostos, sem ser capazes de abnegar-se neles, é mais uma causa do instinto de sensualidade. Quem não tem consciência clara de sua fraqueza, não pede ajuda de Deus para superá-la. Aqui estamos perante a realidade viva da parábola do fariseu, cegamente satisfeito de si mesmo, e do publicano, bem ciente de suas faltas e que por isso pede a misericórdia do Senhor. Em Maria vemos uma criatura humana que sabe o que quer, sem deixar-se dominar pelas más apetências, mas pelo Espírito. Com coragem, Ela determina caminhar no Bem, apoiada no Amado. Ela é o protótipo da nobreza da pessoa humana nos planos de Deus; como verdadeira Mãe e Mestra nossa, os fracos “filhos de Eva” que acodem a Ela “gemendo e chorando neste vale de lágrimas”. Vigiemos, pois; e oremos unidos a ela a fim de sermos aquilo que Deus quer. Ela como nosso primeiro modelo nos mostra que isso é possível. E vamos todos juntos, na comunhão dos santos, ornado uns pelos outros, somos todos irmãos e irmãs!
Irmã Maria Priscila - Clarissa Capuchina